O
torneio de 30 mil euros em prémios monetários coroou uma nova campeã,
uma jogadora de que um dia poderemos vir a ouvir falar como uma grande
campeã: a norueguesa Tonje Daffinrud, uma estrela do circuito
universitário norte-americano até ao verão deste ano, que só se tornou
profissional no mês passado e que logo no seu segundo torneio com esse
estatuto conquistou o seu primeiro título profissional.
Tonje Daffinrud, de 23 anos, venceu o 4º Açores Ladies Open, graças a 3
birdies nos últimos três buracos, com um total de 212 pancadas, 4 abaixo
do Par, após voltas de 71, 68 e 73, batendo por 3 a checa Daniela
Prorokova. Foram as únicas, entre 46 participantes, a vergarem o Par do
campo aos 54 buracos. O resultado de 4 abaixo do Par iguala o melhor da
história do torneio, da suíça Fabienne In-Albon, campeã no ano passado,
no Clube de Golfe da Ilha Terceira.
Note-se, contudo, que estes resultados não podem ser considerados para
as categorias de recordes do campo, por ter-se jogado com colocação de
bola no fairway. Os principais resultados do 4º Açores Ladies Open, no
Batalha Golf Course, após 54 buracos, foram os seguintes:
1ª Tonje Daffinrud (Noruega), 212 (71+68+73), -4, €4.872
2ª Daniela Prorokova (República Checa), 215 (70+70+75), -1, €3.372
3ª Caroline Rominger (Suíça), 216 (70+71+75), Par, €2.292
16ª (empatada) Leonor Bessa (Portugal), 229 (74+80+75), +13 (prémio de
melhor amadora)
Fora do cut
32ª
(empatada) Mónia Bernardo (Portugal), 157 (80+77), +13 (falhou o cut por
2)
Susana Ribeiro foi desqualificada quando tinha apenas disputado 3
buracos da 1ª volta por uso de um dispositivo eletrónico de medição de
distância, proibido no LETAS.
Leonor Bessa radiante
Há um paralelismo entre a vencedora e a melhor amadora. Tonja Daffinrud
precisou apenas de dois torneios como profissional para elevar um troféu
e Leonor Bessa ganhou logo o prémio de melhor amadora e passou o cut no
seu primeiro torneio de profissionais. Embora só daqui a uns anos pense
passar a profissional, quer, aos poucos, ir conhecendo melhor este meio
que, claramente, a fascinou.
À
pergunta sobre se ligava ao facto de ser a melhor portuguesa de sempre
no mais importante torneio feminino luso, respondeu: «Ligo, ligo. Não
foi o top-15 que queria mas andei lá perto».
Nesta última volta fez 3 birdies (tantos quantos nas duas voltas
anteriores juntas) e 6 bogeys. Foi também a primeira jornada em que não
sofreu nenhum duplo-bogey ou pior e o birdie no 16 resultou de um putt
de 10 metros, cheio de linha e de slope, que a fez cerrar o punho.
Nota-se que, à medida que mais jogava, melhor jogava neste circuito. Eis
as suas declarações finais:
«O balanço final é muito bom. Foi a minha estreia neste circuito, estou
feliz por ter passado o cut, menos feliz pelo resultado do segundo dia,
mas hoje sim, tendo em conta o vento e as dificuldades das bandeiras.
Hoje comecei muito bem, estava cheia de vontade, comecei com 2 birdies
mas só me aguentei até ao buraco 5. Fiz aí 3 putts, no 5, e hoje os
putts curtos não estiveram tão bem.
«Cada vez me aproximo mais das melhores. É ótimo ouvir isso (elogios de
Diana Barnard, diretora do LETAS). Este ano tenho ouvido alguns elogios
e isso dá-me vontade de continuar, de acreditar que um dia poderei
chegar onde quero e que todo o trabalho que faço não é em vão.
«Gostaria de jogar mais vezes neste circuito (sobre a hipótese de o
promotor António Carmona Santos arranjar-lhe convites para torneios do
LETAS). É claro que isso irá ser dispendioso. Os meus pais têm feito um
grande esforço para apoiar-me e irei fazer tudo para que isso aconteça.
«Ele é muito simpático (o caddie, José Nicolau de Melo, um dos melhores
jogadores do VerdeGolf Country Club). Conhecíamo-nos apenas de vista e
foi uma experiência ótima. Demonos muito bem, ele conhece bem as manhas
do campo e ajudou-me bastante nas linhas dos putts. Sem ele não teria
feito tão bons putts nem este resultado.
«Esta ilha é fantástica, é muito bonita. Ontem tive oportunidade de ver
a Lagoa das Sete Cidades, a Lagoa do Fogo e achei magnífico. Adorei
estar aqui».
Tonje Daffinrud não esquecerá os Açores
Tal como Leonor Bessa, a campeã Tonje Daffinrud não esquecerá os Açores:
«Terei sempre uma ligação muito especial a este lugar».
Estas declarações da portuguesa e da norueguesa vão ao encontro do
pedido feito por Vítor Fraga, secretário Regional de Turismo e
Transportes, do Governo Regional dos Açores, na cerimónia de entrega de
prémios: «Sejam as nossas embaixadoras nos vossos países e depois de
terem vindo cá competir, regressem como turistas».
Nessa altura, na cerimónia, Tonje Daffinrud era só sorrisos, mas a
última volta foi uma guerra de constante alteração de nomes no topo do
leaderboard, já que qualquer uma das três primeiras classificadas chegou
a comandar a prova. E a vice-campeã, Daniela Prorokova, dispôs mesmo de
uma vantagem de 3 pancadas.
A checa, mesmo
derrotada, disse-se «orgulhosa» pelo modo como conseguiu «lidar com a
dureza mental que foi esta última volta», algo que admite não ser o seu
ponto forte. A suíça Caroline Rominger não escondia o desapontamento por
não ter ganho, mas garantia: «Amanhã irei estar contente com o 3º
lugar». Afinal chegou aos Açores como 7ª do ranking LETAS e saiu como
4ª, ou seja, no top-5 que sobe de divisão ao LET (primeira divisão) em
2015… e só faltam
Já a norueguesa também mostrou uma capacidade invulgar de
reagir aos maus momentos. Eis as melhores declarações de Tonje Daffinrud:
«Sinto-me ótima e há uma sensação de alívio. Vim esta manhã realmente
confiante e estava a tentar manter-me descontraída, mas foi um dia muito
duro, com muito vento, bandeiras bastante difíceis e comecei mal porque
já ia com 4 acima do Par no buraco 8. Pensei que tinha perdido. Tive de
reagrupar-me, foi tão complicado… percebi que nestas condições de jogo
todas iriam perder pancadas. Eu só precisava de fazer alguns birdies e
pensei que não podia desistir. É claro que os 3 birdies nos últimos três
buracos foram a chave, mas meti um putt muito bom no buraco 15 para
salvar o Par que deu-me alento e o ascendente para o resto da volta.
«Foi a primeira vez que ganhei um torneio com 3 birdies seguidos para
fechar. Foi o meu 3º título do ano (os outros dois no circuito
universitário americano) e nenhum teve um final destes.
«Talvez esta seja a maior vitória da minha carreira por ser uma coisa
nova para mim, por ser como profissional, mas nunca pensei no dinheiro,
só no troféu».
Entrega de prémios
A
cerimónia de entrega de prémios contou com as presenças de Vítor Fraga,
secretário Regional de Turismo e Transportes, do Governo Regional dos
Açores; António Carmona Santos, promotor do evento e presidente da Golf
Stream; Pilar de Melo Antunes, da Direção do Batalha Golf Course; Diana
Barnard, diretora do Ladies European Tour Access Series; as três
primeiras classificadas e a melhor amadora.
Do discurso do membro do Governo Regional saíram algumas boas notícias
para o Açores Ladies Open, designadamente, «o Plano de Orçamento para
2015» contemplar «um reforço na promoção do turismo, em 18%», referindo
mais tarde o apoio «a eventos-âncora». Tendo em conta que Vítor Fraga
considerou que o Açores Ladies Open contribui para «ganhos de
notoriedade internacional» e de «captação de fluxos turísticos», estará
tudo encaminhado para uma 5ª edição em 2015.
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