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58º Open de Portugal at Royal
Óbidos
Vítor Lopes mantém liderança com magia e 6 portugueses passam o cut
Numa jornada que começou com um ‘hole-in-one’ do belga
Christopher Mivis no buraco 6, o português Vítor Lopes também executou um
toque de magia no buraco 18 para recolocar-se na liderança do 58.º Open de
Portugal at Royal Óbidos. O algarvio de 24 anos partilha agora esse comando
com os ingleses Nathan Kimsey e Andrew Wilson, numa terceira jornada em que
seis portugueses passaram o cut, ficando muito perto do recorde nacional de
sete, fixado há dois anos.
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Uma saída do bunker que quase entrava no buraco e
dava 1 eagle, resultou mesmo assim num putt para birdie e deixou
Vítor Lopes com um total de 8 pancadas abaixo do Par do campo
desenhado pelo saudoso Seve Ballesteros. Nessa altura, Andrew Wilson
já tinha terminado a sua segunda volta, com 6 birdies e 1 bogey,
para um agregado de -8. Mais tarde, Nathan Kimsey, com 2 bogeys e 7
birdies, 2 dos quais nos últimos buracos, chegou também à marca dos
líderes de 136 (-8), num dia em que o vento soprou, mas não em
regime de tempestade, e praticamente não choveu.
Os outros portugueses a passarem hoje (Sábado) o cut
foram Ricardo Santos (-2), Stephen Ferreira (-2), Pedro Figueiredo
(Par), Ricardo Melo Gouveia (+1) e Tomás Bessa (+2). Para Pedro
Figueiredo foi a quinta vez que seguiu para a segunda fase no
torneio da Federação Portuguesa de Golfe, igualando a marca de Tiago
Cruz e muito perto do recorde nacional de seis cuts passados na
prova por Daniel Silva e Filipe Lima.
Lima e Cruz falharam o cut (fixado em +2) apenas por
1 pancada, e no caso de Tiago foi ainda mais duro por ter sido com 1
bogey no 18. Para Ricardo Santos foi a quarta vez que superou os 36
buracos no Open de Portugal, enquanto Ricardo Melo Gouveia, Stephen
Ferreira e Tomás Bessa estrearam-se hoje em terceiras voltas desta
prestigiada competição do European Tour.
«Fico feliz de ter terminado assim o buraco 18,
porque não estava a encontrar o meu swing, espero bem descobrir o
que se passou no campo, porque foi mesmo uma batalha emocional e a
nível de swing, não estava a fazer a rotação como queria, mas
consegui terminar com 1 birdie e estou pronto para os últimos dois
dias», disse Vítor Lopes, que tinha iniciado a segunda volta ontem
sob temporal, sofrendo 1 bogey e carimbando 1 birdie. Hoje fez mais
2 birdies, chegou ao buraco 13 com a liderança bem segura e um
agregado de 9 pancadas abaixo do Par, mas bogeys nos buracos 13 e 15
(ambos de Par-3), levaram-no a tombar para 2.º, atrás de Wilson, até
à tal magia no 18.º buraco.
O jogador algarvio do Alps Tour (uma das terceiras
divisões europeias) viu-se numa situação inédita de encabeçar a
classificação de uma prova do European Tour (o escalão principal) e
mostrou fibra, embora admita que nem sempre a gestão foi fácil: «É
difícil ver todas as mensagens dos meus amigos, gostaria de
responder a todos, mas descansei bem e estando à frente ou a meio da
tabela vou ter a mesma mentalidade. Há nervosismo, claro, mas se não
houvesse é porque não gostaria do que faço e adoro a minha
profissão».
Não foi só Vítor Lopes a sentir alguns problemas
técnicos. Ricardo Santos tinha perdido 2 pancadas ontem, hoje ainda
recuperou-as com 2 birdies nos buracos 10 e 11, mas depois sofreu 2
bogeys nos dois últimos buracos.
«A única coisa positiva que vejo é poder jogar mais
uma ou duas voltas. Na posição em que estou, terei de atacar um
pouco mais nas próximas voltas para subir na classificação. É
verdade que recuperei as 2 pancadas acima com que vinha de ontem,
mas tive um final infeliz. No 17 falhei o segundo shot que foi ao
bunker, saí bem do bunker mas não consegui meter o putt, e no 18 fui
demasiado agressivo, a bem dizer, demasiado guloso, ataquei demais e
fui à água. É um pouco a frustração e querer demasiado», disse o
português melhor classificado no ranking mundial, um dos dois
golfistas nacionais membros do European Tour.
Pedro Figueiredo recuperou bem do duplo-bogey no
buraco 2, com birdies no 5 e no 7. Houve ainda mais 2 bogeys e 1
birdie no back nine. Não era bem o que o membro português do
European Tour desejava: «Preciso de duas boas voltas para subir na
classificação. Sinto que estou a jogar bem, sobretudo do tee ao
green, mas tenho falhado nos putts. Diria que não tenho de mudar
grande coisa em termos de estratégia, tenho é de ser mais
concretizador nos greens para fazer mais birdies e menos bogeys. Já
fiz em quatro buracos 3 putts que deram bogeys e se limpar esses
erros farei dois bons resultados».
Quem cometeu demasiados erros na sua segunda volta
foi Ricardo Melo Gouveia que até tinha começado bem com 1 birdie no
2, mas, a dada altura, viu seriamente em risco a sua continuidade em
prova, depois de bogeys nos buracos 4, 8, 11, 13 e 16, mais 1
duplo-bogey no 15. Uma série negra de 7 pancadas perdidas em 13
buracos! De candidato ao título com que tinha partido para a segunda
volta, passava para uma situação em que precisava de 1 eagle no
último buraco para sobreviver, com um putt que nem era curto, e foi
isso mesmo que fez.
«Acho que nunca fiquei tão feliz como hoje (com uma
volta de 4 pancadas acima do Par). Acabar com 1 eagle demonstra que
bati no fundo mas consegui ir lá buscar energias para acabar da
melhor maneira», disse o atleta olímpico português.
«Passou-se de tudo hoje no campo. Comecei bem, estava
confortável, depois as coisas começaram a complicar-se, mas estava
tranquilo e não havia razão para entrar em stress. Mas depois
comecei a fazer bogeys sem saber porquê a fazer bons shots só que os
putts não entravam e fazia 3 putts… cheguei àquela altura em que fiz
o bogey no 16 quando precisava de 1 birdie e tinha uma boa
oportunidade de birdie. Portanto, Sabia que tinha de acabar de uma
forma espetacular e foi o que aconteceu, porque pela primeira vez
meti hoje um putt», acrescentou, claramente aliviado, o membro
português do Challenge Tour.
O eagle de Ricardo Melo Gouveia fez a linha de cut
passar de +2 para +1, deixando de fora Tomás Bessa. O campeão
nacional esteve algumas horas à espera de saber se prosseguia ou
estava eliminado, depois de chegar ao buraco 18 com um agregado de 2
acima do Par, após uma segunda volta de +2. Os seus pontos altos
foram os birdies nos dois últimos buracos. Só muito mais tarde soube
que esse esforço valeu-lhe o apuramento.
«Acabei com 2 birdies muito bem jogados. Sinto que
mereço chegar ao fim de semana. Nesta volta tive azar de ter jogado
ontem com muito vento os buracos mais difíceis, nomeadamente o 11 e
o 12, os quais creio que já não deveríamos ter jogado com aquele
vento. Para mim, foi demasiado penalizante. Mas hoje foi muita garra
e meti dois bons putts no final», considerou o campeão nacional, que
nunca tinha passado o cut em torneios do European Tour e agora fê-lo
pela segunda semana seguida, depois do Portugal Masters.
Stephen Ferreira já tinha passado o cut ontem e hoje
só foi jogar a partir das 17h30 para iniciar a sua terceira volta.
Foi um dia de descanso, físico e mental, para o português do
Zimbábue.
As classificações e resultados dos 14 jogadores
portugueses no final da segunda volta são as/os seguintes:
1.º Vítor Lopes, 136 (65+71), -8
27.º Ricardo Santos, 142 (68+74), -2
27.º Stephen Ferreira, 142 (71+71), -2
43.º Pedro Figueiredo, 144 (71+73), Par
58.º Ricardo Melo Gouveia, 145 (69+76), +1
64.º Tomás Bessa, 146 (72+74), +2
Portugueses que falharam o cut
78.º Tiago Cruz, 147 (77+70), +3
78.º Filipe Lima, 147 (76+71), +3
98.º Francisco Oliveira, 149 (72+77), +5
98.º Miguel Gaspar, 149 (74+75), +5
98.º Tomás Melo Gouveia, 149 (76+73), +5
104.º Pedro Lencart (amador), 150 (73+77), +6
124.º João Magalhães, 161 (75+86), +17
125.º Alexandre Abreu, 169 (86+83), +25
Entretanto, a terceira volta iniciou-se ainda hoje às
16h50, mas foi interrompida às 19h27 por falta de luz natural. É
impossível saber como está a classificação realmente, porque os
resultados estão a ser recebidos em cada três buracos. Sabe-se que o
grupo dos três líderes vai iniciar amanhã o terceiro buraco, mas na
classificação oficial ainda nem iniciou a prova.
De qualquer modo, o Gabinete de Imprensa do Open de
Portugal at Royal Óbidos perguntou aos jogadores portugueses qual o
ponto de situação no momento da interrupção:
Vítor Lopes vai para o buraco 3 com 1 abaixo do Par,
com birdie no buraco 2. Como Andrew Wilson vai a Par e Nathan Kimsey
segue com 2 acima do Par, fácil é de perceber que o português poderá
ter-se isolado de novo na frente da classificação, com 9 abaixo do
Par, embora não se saiba como estão os resultados dos outros grupos.
Ricardo Santos está no fairway do buraco 9 com 2 abaixo do Par
(agregado de -4);
Stephen Ferreira vai iniciar o buraco 9 a Par (agregado de -2);
Ricardo Melo Gouveia está no fairway do buraco 16 (saiu do 10) a Par
(agregado de +1);
Pedro Figueiredo vai iniciar o buraco 1 (saiu do 10) com 1 acima do
Par (agregado de +1);
Tomás Bessa vai iniciar o buraco 15 (saiu do 10) com
2 acima do Par (agregado de +4).
A terceira volta recomeça às 8h15 de amanhã
(Domingo). Os planos do European Tour consistem em manter as mesmas
formações de jogadores para a última volta e mal termine a terceira,
arranca-se logo para a quarta ronda, também com saídas de dois
buracos em simultâneo.
Press-Release
Gabinete de Imprensa da FPG 19 Setembro 2020
Resultados:
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