DICA Nº 19 - O Clubhouse
Jogar uma partida de golf e a seguir não ir ao clubhouse
almoçar, petiscar, comer uma sandwich ou simplesmente beber um copo e
conviver com os amigos, não é uma partida completa. O chamado “buraco
19”, que para alguns jogadores às vezes é o 10, 6 ou mesmo o 3, é o
local do clube onde realmente se aprende o verdadeiro espírito e cultura
do golf.
As histórias das partidas, as intrigas do clube, o apurar
da técnica à mesa, o eterno “se....”, são fundamentais para se perceber
que este jogo é muito mais do que uma modalidade desportiva.
Quando vou jogar a um clube, não o escolho simplesmente
pela qualidade do seu campo. As instalações do clube, a qualidade do seu
serviço e principalmente, a simpatia dos sócios que nos recebem, são
essenciais para que todos nós desfrutemos do verdadeiro prazer que é
passarmos um dia num clube de golf.
Ir jogar a Espinho e não comer aqueles maravilhosos
pregos e observar as paredes repletas de fotografias que fazem parte da
história do golf em Portugal e não só. Ir jogar a Miramar e a seguir não
tomar banho nos seus magníficos balneários (para mim, os mais bonitos de
Portugal) e depois não subir ao restaurante para ter um momento de
melancolia com a espectacular vista sobre o campo e o Atlântico. Ir ao
Estoril e não cumprimentar aquelas pessoas que trabalham lá desde sempre
e depois ir ao bar lá de baixo comer os melhores pastéis de nata do
mundo. Ir à Carregueira, não almoçar e a seguir “passar pelas brasas” na
varanda com aquela imensa vegetação em frente. Não é a mesma coisa. Quem
actua dessa forma é considerado um jogador de bagageira, parafraseando
uma pessoa que eu conheço muito bem. No clube de golf de Vista Hermosa,
em Puerto de Santa Maria (Cadiz), clube com mais senhoras e crianças que
eu conheço, às vezes nem sequer é preciso jogar. Vai-se logo
directamente para o clube e o divertimento está garantido. No Jamor, que
há 25 anos é um driving-range e que dentro de pouco tempo será um campo
(está quase!), só almoça sozinho quem realmente quer. Há sempre lugar
para mais um em qualquer mesa. Ao fim da tarde, as tertúlias a discutir
o sexo dos anjos e o Raúl a querer ir embora, são intermináveis.
Inclusivé, até existe um prémio para o melhor jogador de clubhouse de
cada ano.
Não se esqueça, uma partida de golf, nunca termina no
buraco 18.
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
12 Maio 2010
DICA Nº 18 -
“2+2=3”
Parece incrível mas, é
verdade. Em todos os clubes de golf de todo o mundo, existem sempre
uns jogadores que têm uma certa dificuldade em contar e somar. Toda
a gente sabe que eles fazem batota mas, curiosamente, eles pensam
que ninguém sabe. Há vários tipos de batoteiros:
Batoteirozinho
– é aquele que mexe na bola
no semi-rough; a marcação no green é tipo guelas, ou seja, palmo e
ganso. Enfim, não se engana a contar, apenas tem estas pequenas
nuances que não o permitem elevar à condição de batoteiro.
Batoteiro
– é aquele que só não dá a “facada”
no resultado se não puder. Nunca vi um batoteiro enganar-se e dizer
que fez mais pancadas. Batoteiros também, são os chamados
“pistoleiros” porque estão a ser desonestos e a terem uma total
falta de consideração pelo jogo e pelos outros jogadores.
Batoteiro com piada
– este, curiosamente, sabe que as outras pessoas sabem que ele faz
batota no entanto, não tem vergonha nenhuma e até faz gala disso.
Digamos que é um estatuto. Fazer batota com piada não está ao
alcance de qualquer um, requer uma certa arte.
E, finalmente, há o 6+5=6
– não acreditam mas, é verdade. O jogador tinha 3 pancadas no
bunker, deu 5 para sair de lá e depois fez 3 putts. O parceiro de
jogo perguntou-lhe: “Quantas fez?” e ele, respondeu: “Espere lá, não
sei se foram 5, se 6!”. Será que ele estava a dizer quantas pancadas
deu no bunker?
Enfim, nem tudo é mau porque depois
sempre há umas histórias giras para contar.
Divirta-se e
aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
6 de Maio 2010
DICA Nº 17 -
“A
famosa colherada”
A maioria dos golfistas tem uma grande tendência para
apanhar a bola por baixo. Tentar levantá-la, tipo colher. Resultado:
ou vão ao chão, ou dão tops ou então a bola é batida tão por baixo
que levanta muito e não anda nada.
Cada taco tem um determinado ângulo e é essa
inclinação do taco que faz com que a bola tenha a sua trajectória
natural. Há muitas variáveis mas, o princípio é este.
Tinha um aluno no Jamor a quem dizia sempre a mesma
coisa: “Isto não é por baixo, é para baixo” e ele respondia: “É por
baixo, não é?” E eu, lá voltava a dizer “Não, não. É para baixo”. E
estávamos ali naquela lenga-lenga durante não sei quanto tempo. Mas
agora acho que ele já percebeu!!
A sério, não tenha problemas em arrancar a relva,
dê-lhe mesmo uma cavadela “pra baixo”.
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
28 de Abril 2010
DICA Nº 16 - Jogo Lento
Por amor de Deus, é preciso dar corda aos sapatos. Os
jogadores de golf, têm que se convencer que um campo de golf não é
um parque onde as pessoas vão fazer o seu “jogging” de
fim-de-semana, a passo de caranguejo. Há um ritmo para se jogar, há
um “passo de golf” que é, mais ou menos, este: “pa, pá, pá, pá”.
Antigamente, uma partida de golf demorava 3H30/4H, no máximo. Hoje
em dia, quando se demora 5 horas já ficamos todos contentes.
Para mim, um dos principais motivos dessa demora é
que as pessoas, quando falham um shot, têm que o justificar, há uma
certa dificuldade em aceitar o erro. Falhou, falhou. Importa é andar
para o seguinte shot. O importante é não falhar duas pancadas
seguidas.
Algumas recomendações para demorar menos tempo a
jogar:
-
procure estar sempre preparado para jogar, depois do
seu companheiro de jogo ter jogado.
- coloque
sempre o seu saco de golf, na direcção do tee que se segue.
- aponte
o resultado no tee do buraco seguinte, nunca no green desse mesmo
buraco (não se vai esquecer de quantas fez, pois não?).
- quando
a bola estiver quase dada, não marque a bola. Tente terminar o
buraco sem pisar a linha dos outros jogadores. Diz-se assim: “Eu
acabo”, com um ar confiante e determinado.
- se
acha que vai perder a sua bola, jogue uma provisória. Evita fazer o
passeio para trás.
- e,
finalmente esta, que eu acho que é muito importante. Se estiver a
demorar muito ou à procura de uma bola, deixe passar o grupo que vem
atrás. Não é uma humilhação, é simplesmente uma regra de cortesia.
Divirta-se e aproveite o passeio, mas com ritmo!
Um abraço
Miguel
21 de Abril 2010
DICA Nº 15 - O
Mato
Ir
para o mato faz parte do quotidiano de qualquer golfista. Há uma espécie
de atracão por esta zona do campo com maior vegetação. Não se preocupe
muito quando a sua bola for lá parar. Tente levar tudo na desportiva.
Imagine que está a jogar golf e a fazer um safari ao mesmo tempo. É que
os golfistas são parecidos com os caçadores e pescadores, ou seja, são
todos um bocado mentirosos.
Algumas recomendações para jogar do mato:
- “Roughesinho”
– aquela relva um bocado mais alta do que a do fairway. Jogue sempre um
ferro a menos (ex: em vez do 6, jogue o 7). Porquê? Porque como o taco
bate primeiro na relva, a bola perde o spin e isso faz com
que não pare no green. Além disso, também há uma tendência para fechar o
taco no momento do impacto.
- “Roughesão”
– aquela relva de 30cm. Jogue sempre um taco com o maior loft possível.
O importante é sair de lá e tentar ganhar alguns metros (tipo rugby).
- “Mato
Grosso”
– é preciso ter alguma destreza e imaginação para sair de lá como o
Indiana Jones ou então, “three of the tee”!
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
14 de Abril 2010
DICA Nº 14 - Isto não é como, é quantas
Uma vez
perguntei a um amigo meu se ele jogou bem. E ele, respondeu-me: “É pá,
ia muito bem, mas cheguei ao 12 e estraguei tudo.”
Pois é.
É que bater bem na bola, há muitos jogadores que o fazem. Agora, saber
fazer resultado é, seguramente, o mais difícil deste jogo.
Além da
técnica, concentração, descontracção, noção de estratégia e paciência -
coisas que só se conseguem com muito treino e com o tempo - temos que
ter um grande espírito de sacrifício. É preciso aguentar, aguentar.... é
uma luta constante contra o campo e, sobretudo, contra nós próprios. É
sempre a sofrer. Ainda dizem que o golf é bom para aliviar o stress. É
tudo mentira!
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
7 de Abril 2010
DICA Nº 13 - O Golfe e os Negócios
Como esta semana é mais pequena,
envio-vos também uma pequenina mas muito importante dica.
O golf é o jogo
ideal para sabermos com quem nunca devemos fazer um negócio.
Basta uma partida de
golf para se conhecer perfeitamente o nosso “fellow competitor”.
Vão estragar o
negócio, deixar de ter prazer a jogar e perder um amigo!
Divirta-se e
aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
31 de Março 2010
DICA Nº 12 - Planos Inclinados
Algumas recomendações para
jogar em planos inclinados:
- Pés
abaixo da bola – segurar mais em baixo no
taco e apontar à direita
-
Pés acima da bola – stance
mais aberto e apontar à esquerda
- A
subir – bola ligeiramente mais ao pé
esquerdo, jogar taco a mais e apontar um pouco à direita
-
A descer – bola mais ao pé
direito, jogar taco com mais loft e apontar à esquerda
Nota: para os
canhotos é o inverso (ouviu Vasco?).
Grande segredo: em
qualquer uma destas posições nunca fazer mais do que ¾ do swing. Pés bem
pregados à relva e fazer um swing mais à base de braços.
Costumo ver muitos
swings “à Fred Astaire” nestas situações ou então deve ser dos pregos
que estão gastos ou o campo escorregadio!
Divirta-se e
aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
24 Março 2010
DICA Nº 11 - O Bunker
Uma vez, uma figura carismática do golf nacional que
frequentava muito o Jamor, mas que infelizmente já faleceu, disse a uma
série de pessoas que estava com uma certa dificuldade em sair do bunker.
Houve logo alguns amigos, que se prontificaram a ajudá-lo, dizendo
coisas como “tenta abrir mais o taco”, “dá-lhe para baixo dois dedos
antes da bola”, “coloca a bola um bocadinho mais ao pé esquerdo”. E ele,
algo envergonhado, respondeu: “Não, vocês não estão a perceber. Eu é que
estou com dificuldade em sair do bunker, não é a bola”!
O principal segredo para se jogar bem do bunker é, não
ter medo de ir lá parar. Este obstáculo de areia, que servia para os
pastores se protegerem das intempéries, não tem muitos segredos como
podem observar na televisão. É tudo uma questão de confiança e muito
feeling. Apenas algumas recomendações:
- Antes
de entrar no bunker, imagine como a bola vai sair e o que poderá rolar;
- Enterre
os pés na areia (não coloque o taco na areia porque leva logo uma
apitadela a dizer que são mais duas!);
- Se
a areia estiver fininha, imagine que o taco vai bater na areia dois
dedos antes da bola;
- Quando
a areia está mais dura, faça menos swing e bata mais perto da bola;
- Nos
shots compridos do bunker, jogue sempre mais um ou dois tacos e dê em
cheio na bola;
- Quando
estiver num “ovo estrelado”, é como dizia o meu amigo Manuna Pinto
Basto: “Estas são as mais fáceis. É só dar uma cacetada para baixo e,
ainda por cima, temos desculpa se falharmos”.
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um Abraço
Miguel
17 de Março 2010
Dicas 1 a 10
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