DICA Nº 29 - "O Click"
Já pensou seriamente em mudar o seu jogo de golf para
outro nível, melhor obviamente? Aproveite as férias para tentar mudar
qualquer coisa no seu jogo. Às vezes, é um pequeno pormenor que está ali
encravado e não se consegue evoluir por causa disso. Lembre-se sempre de
que grip e postura são a base para se poder construir um bom swing de
golf.
Uma vez disse a um aluno meu: “Já reparou que a diferença
entre ser handicap 36 e 18 não é muita? Ele obviamente que começou a
rir-se mas eu expliquei-lhe que para ser hcp 18, bastava fazer menos uma
pancada por buraco. É evidente que este exemplo não serve para um
handicap 18 e um “scratch de porco preto” como diz outro amigo meu. Mas,
em handicaps altos e médios, é perfeitamente possível haver uma mudança
radical no seu jogo e, consequentemente no seu handicap. É o chamado “click”.
Esse click pode acontecer por via espiritual,
transcendental ou inspiração divina, ou seja, a interiorização do
movimento passar para uma fase de inconscientemente correcto. Por outras
palavras - não pensar, simplesmente executar - ou então,
dedicarmo-nos a uma área específica do jogo como, por exemplo, o jogo
curto. Se um jogador fizer em média 3 pancadas a uma distância de 50m do
buraco, não pode ser mais do que handicap 18!
É frequente as pessoas acomodarem-se, resignarem–se com
aquilo que têm e com o que sabem fazer. O golf é como a nossa vida. Num
determinado momento há um “click”.
Não perca tempo, tente mudar!
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço,
Miguel
24 Agosto 2010
DICA Nº 28 - "Os Caddies"
18h, Quinta do
Lago, meados dos anos 80. Estavam a jogar Nuno Carneiro, Rico Brito e
Cunha, Jota Paula Marques e eu. Depois de alguns jarros de sangria,
fomos jogar 9 buracos e o Jota, que levou um caddie algarvio apelidado
de “Snake”, no 1º buraco estava a jogar uma espécie de golf militar e
fez 9 pancadas. O “Snake”, que até então não tinha dito uma palavra,
perguntou-lhe: “Ó Sr. Dr., vamos já para o buraco 3?”. E o Jota, algo
surpreendido, perguntou-lhe porquê. O “Snake”, sem pestanejar,
disse-lhe: “9 pancadas, já jogou o 1 e o 2. Por isso, vamos já para o
3”. Lindo!
O caddie é uma
profissão praticamente em via de extinção. Exceptuando alguns casos como
os do Clube de Golf do Estoril e do Oporto Golf Club, os caddies estão a
acabar por três motivos: o acesso à escola, os buggies e os troleys
eléctricos. Ser caddie, é uma profissão como outra qualquer e estes têm
que se libertar de preconceitos sociais do género: “Andamos aqui a
carregar o saco dos ricos enquanto eles se divertem para quê?” Se os
caddies trabalharem bem, com prazer e forem bons profissionais, poderão
ter acesso na maior parte dos casos a coisas que nunca poderiam ter de
outra forma. Devo lembrar que grandes jogadores como Gary Player,
Roberto de Vicenzo, Lee Trevino, Ballesteros, Langer, Cabrera, etc.
foram caddies. Em muitos casos, é um acesso à universidade, sem ter que
passar pela parte teórica. Mas, por exemplo, o caddie mais conhecido
neste momento – Steve Williams, que trabalha com o Tiger Woods – foi
considerado dois anos seguidos o desportista do ano na Nova Zelândia,
além de já ter ganho uma fortuna a carregar sacos. Ora bem, era mesmo
aqui onde eu queria chegar. Em 1º lugar, ser caddie é colaborar com um
determinado jogador sendo remunerado pelos seus serviços. Esses serviços
são mais do que carregar o saco e andar à procura de bolas. São, por
exemplo: medir o campo, escolher os tacos certos, ter os tacos sempre a
brilhar, saber qual vai ser a meteorologia do dia, animar o seu jogador
quando este fizer um triple bogey. A parte psicológica neste jogo é
fundamental e, nessa área, um bom caddie pode ser determinante no
desempenho de um jogador.
Os caddies fazem
falta ao golf. Hoje em dia, os swings são todos muito mecânicos. Se
houvesse mais caddies, seguramente apareceria um campeão com um swing
mais natural, vindo dessa “universidade”.
Por outro lado,
com o desemprego que existe hoje em dia, ser caddie pode ser uma solução
para algumas famílias.
Já alguma vez
jogou de caddie? Se não, experimente. É muito bom!
Divirta-se e
aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
10 Agosto 2010
DICA Nº 27 - "Os Treinadores de Bancada"
Treinador de bancada, é uma profissão não remunerada
de alto risco, com uma taxa de êxito ou sucesso de 100%. Em todas as
modalidades desportivas, existem treinadores de bancada, sendo o
futebol a mais conhecida. Todos nós damos os nossos palpites, quem
deve jogar, quem deve ser substituído, a táctica em losângulo, em
quadrado enfim, um conhecimento profundo do jogo e da sua envolvente
sem percebermos, a maior parte das vezes, que aquilo não é assim tão
evidente.
Ora bem, no golf é conhecido desde sempre, que existe
um espírito de entre ajuda, normalmente com os nossos amigos que
jogam há pouco tempo, ou então com aqueles que repentinamente
entraram numa crise de “shanks”.
É normal, é humano e ninguém leva a mal. Agora, jogadores de golf,
que ainda nem sequer têm handicap, outros que nunca jogaram um
campeonato na sua vida, estarem constantemente a dar palpites e
dicas, quando nem para eles sabem, é de bradar aos céus!
As frases mais típicas são: “Ó Zé não levantes a
cabeça”, “Ó Manel estica bem o braço esquerdo”, “Ó Francisco já te
disse para não fazeres força”.
Não estou a querer, com isto, “puxar a brasa à minha
sardinha”, mas dar aulas de golf, iniciar uma pessoa a jogar não é
uma tarefa tão fácil como algumas pessoas poderão pensar. Às vezes,
aquilo que parece, não o é.
Divirta-se e aproveite o passeio.
Abraço
Miguel
22 Julho 2010
DICA Nº 26 - Os Jovens
Aproveito para falar deste tema numa semana em que
estou envolvido com cerca de 40 jovens, entre os 6 e os 17 anos, no
Lisbon Sports Club, clube onde eu vivi a minha infância e
adolescência golfista e não só. Ah, ah, ah!!!
Apenas interrompo a “clínica” para os jovens, durante
1H30 às terças feiras, para dar uma aula no campo, de 4 ou 5
buracos, a um dos mais jovens alunos que tenho. Tem 85 anos, começou
a jogar aos 83 e garanto-vos que é muito mais jovem do que alguns
dos jovens de bilhete de identidade que eu conheço. Parabéns Mário!
Não há uma idade ideal para se começar a jogar golf.
Acho que há uma espécie de chamamento para este sacrifício e temos
que cumprir a nossa missão com o maior prazer possível. Conversa da
treta. É evidente que quanto mais cedo se começar melhor. Os
músculos vão-se habituando aos movimentos, joga-se sem pensar e a
margem de progressão é interminável. Mas, atenção a uma coisa. Pais,
não forcem os vossos filhos a jogar, a treinar loucamente porque
acham que eles vão ser o futuro Tiger Woods já que pode sair-vos o
tiro pela culatra. Este jogo em 1º lugar, tem que ser encarado como
um divertimento. Só quando, tivermos prazer em jogar e paixão pelo
jogo, é que poderemos ser considerados uns verdadeiros golfistas.
Algumas dicas para os jovens:
1.
Estudem, estudem, estudem. Só depois é que vem o golf;
2.
Tentem perceber o melhor possível os fundamentos
básicos da técnica, as regras do jogo e a sua etiqueta;
3.
Tentem ir para o campo sempre que puderem;
4. O
treino de driving-range só vale a pena, se estiverem a treinar
correctamente;
5. Treinem
bastante, com divertimento e competição, no putting-green e
chipping-green (fundamental);
6.
Aproveitem ao máximo as férias para jogarem. É nessas
épocas do ano que vão evoluir bastante;
7.
Tenham o máximo de respeito pelos vossos companheiros
de jogo, pais, avós, sócios, empregados do clube e, principalmente,
pelo jogo;
8.
Se não vos apetecer jogar, não joguem. Isto forçado
não tem piada nenhuma. E há tanta coisa para fazer!
9. Utilizem
material à vossa medida. Pode condicionar completamente o vosso
swing para o futuro.
10.
Todos nós podemos ser eternamente
jovens a jogar golf. É tudo uma questão de imaginação !
Divirta-se e aproveite o passeio.
Abraço
Miguel
5 Julho 2010
DICA Nº 25 -
Prêt-à-Porter
Vestir bem a jogar golf, não é uma tarefa fácil. Deve
ser das poucas modalidades desportivas que se joga sem um uniforme
próprio. Talvez no xadrez ou nas damas também não seja preciso.
Joga-se com uma roupa normal, sem ser de fato e gravata. Ora bem, a
roupa também não está barata. No Inverno, as calças sujam-se; no
Verão, os polos ficam desbotados do sol. Por isso, as pessoas têm
que gerir muito bem o seu uniforme golfístico.
No golf, não há aquela coisa do fato de treino,
t-shirt, ténis e “está a andar”. Não, nem pensar. Na 6ª Feira à
noite, há todo um ritual para escolher a roupa para o fim-de-semana,
de preferência sem repetir a do anterior. Isto para não falar nas
pessoas que jogam quase todos os dias. Deve ser cá uma trabalheira
para a máquina de lavar. Eu sei que há jogadores que não ligam nada
à roupa que usam para jogar mas, a grande maioria dos jogadores,
gosta de jogar com os seus modelitos todos catitas, inclusivé até
têm um ou outro com que jogam melhor. É tudo psicológico. Quando
vemos aqueles profissionais na televisão, sempre impecavelmente bem
vestidos, cada um com o seu estilo - uns mais excêntricos, outros
mais sóbrios - não nos podemos esquecer que é a vida deles, é a sua
profissão e que, além disso, a grande maioria é paga para
representar uma determinada marca. Assim é fácil!
Agora, para o comum dos mortais que tem que por
cotoveleiras nos pullovers, remendos nas calças e cola nos sapatos,
é um verdadeiro bico de obra. Felizmente longe vão os tempos em que
se viam alguns jogadores com calças ou calções aos quadrados, polo
às riscas e meias com losângulos, embora ainda haja algum perdido no
tempo e no espaço. Era de fugir, não se lembram?
Vou dar algumas dicas para jogar devidamente
vestido e calçado sem ter que pensar muito e, com um orçamento
razoável. Em 1º lugar, há três aspectos fundamentais:
-
jogar com uma roupa e calçado adequados
-
cómodo
-
e, sem ferir a vista
No Inverno
- Calças
– não muito apertadas. Em dias de muito frio, use de veludo
- Polo
– as mangas não devem ser apertadas
- Camisola
de gola alta
- Pullover
(nunca usar à cintura) – nem muito largo, nem muito justo
- Colete
(pullover sem mangas) – dá sempre muito jeito
- Meias
– 1 ou 2 pares (o pé fica mais quentinho!)
- Fato
de chuva – se for de boa qualidade, dura uma vida
- Sapatos
– pelo menos ½ número a mais e ter pelo menos dois pares
(estragam-se menos). Usar sempre esticadores e engraxá-los com
regularidade. Vai ver que vão durar muito mais.
No Verão
-
Calças – tecido fino
-
Calções – não muito curtos (excepto as senhoras)
-
Saia curta de preferência ou vestido (está na moda) –
excepto os homens, a não ser que joguem do tee das senhoras
-
Meias curtas – vai ser um bocado menos ridículo na
praia
-
Chapéu – o sol não perdoa
Cores que combinam com quase tudo
-
calças ou calções – beges e azuis escuros
-
polos – brancos e azuis
-
sapatos – uns castanhos ou pretos, os outros brancos
-
meias – escuras
-
pullovers – lisos, um claro e outro escuro.
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
28 de Junho 2010
DICA Nº 24 - Tipo de "Shot"
A bola a direito não vai. Nem num putt com mais de 3
metros. Aliás, nem tentem jogar uma bola a direito porque é um mau shot.
Todos os bons jogadores têm um tipo de shot que os
caracteriza. A bola sai sempre igual, até quando falham. Aqueles
jogadores que chegam ao tee do 1 e mandam uma pedrada de 250 metros com
toda a força, sem se perceber se a bola foi em fade ou em draw,
normalmente não são handicaps baixos. Vê-se logo que foi um bocado por
acaso e isto por acaso não sai muitas vezes.
O importante é um jogador ter um tipo de shot, que
normalmente é um fade ou um draw. Também há jogadores que jogam a bola
mais alta e outros mais baixa, muitas vezes por influência das condições
climatéricas, principalmente o vento.
A bola de golf tem que ser trabalhada e dominada. Não
pode ser jogada à toa, lá para a frente. E como é que se consegue
dominar a bola? Com técnica, treino e principalmente, com o conhecimento
do seu próprio swing e das suas capacidades. Tentar perceber um pouco
das possíveis trajectórias do voo da bola. É como dar um chuto numa bola
de futebol ou, como no ténis, jogar a bola cortada ou em top spin ou
como simplesmente, atirar uma bola ou qualquer outro objecto com a mão.
Bobby Locke, sul africano, foi um dos melhores jogadores
do mundo nos anos 50 e jogava todos os shots em hook, inclusivé o putt.
Lee Trevino, jogava a bola em fade e baixa. Jack Nicklaus em fade e
alta. O importante, é jogarmos a bola para o sítio que idealizámos.
Para arranjar o seu tipo de shot,
recomendo que faça o seguinte:
- um
swing de ensaio a imaginar qual vai ser a trajectória da bola;
- depois,
quando for bater na bola, execute apenas o movimento que fez sem bola,
sem se preocupar em tentar acertar-lhe.
Se conseguir bater a bola muitas vezes da mesma maneira,
garanto-lhe que o seu handicap vai baixar.
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
18 Junho 2010
DICA Nº 23 - A arte de saber 'chippar'
Normalmente um bom jogador de
“chip”, é um jogador que cumpre o seu handicap, que
está atento ao jogo, que se agarra ao resultado, que
raramente perde uma apostinha e que tem muita noção
do jogo. O “chipping”, termo correcto em inglês, é
um autêntico salvador de resultados.
Um handicap médio, não faz muitos
“greens in regulation” por volta por isso, se for um
bom “chipador”, o seu resultado pode melhorar 4/5
pancadas por volta.
Lee Trevino ganhou os British Opens
de 1971 e 1972 se calhar graças aos seus magníficos
“chip and run” e “bump and run”. Tom Watson, que
ganhou cinco British Opens, também era um verdadeiro
mestre do “chip”.
A nível amador de handicap médio e
médio/baixo, há aqueles jogadores que uma pessoa
sente antes de eles jogarem que a bola vai ficar
quase dada. E porquê? Porque além da boa técnica,
escolhem bem o taco que devem utilizar.
Algumas recomendações para se
tornar num bom “chipador”:
1.
Ver como a bola está no terreno
2.
Perceber onde a bola deve bater e o
que deverá ou poderá rolar
3.
Escolher o taco correcto
4.
Fazer alguns swings de prática com o
taco a bater na relva para saber se esta está dura
ou “fofinha” e também, para ganhar um certo
“feeling”
5.
Rezar e acreditar naquilo que vai
fazer, com determinação
6.
Tentar ter alguma imaginação, tipo
Ballesteros.
Nota :
O sand-wedge é um taco muito traiçoeiro. Só o
utilize se tiver muita confiança nele ou então, se
for mesmo caso disso.
Já vi o Tiger Woods e o Ernie Els
entre outros, a jogar o putter a 60 mts do green em
St. Andrews. Fazer o chamado “Texas Wedge”. É que no
golf não há nota artística. Jogar bonito, é
realmente aprender a “chipar” à escocesa.
Treine bastante o seu “chip”. É uma
das pancadas mais importantes do jogo e, ainda por
cima, não cansa muito!
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
9 Junho 2010
DICA Nº 22 - O medo
Buraco nº 4 de Tróia, Par 3, Campeonato de Profissionais
em Portugal. Uma manhã linda, nem uma nuvem no céu, não havia uma pinga
de vento e aqui o vosso amigo, depois de ter feito três pares seguidos,
faz um brilhante 15! Mas que grande aselha.
O medo é o maior inimigo de qualquer golfista. O buraco 4
de Tróia é um exemplo, assim como o antigo 13 do Estoril (o do Patino),
onde há resultados verdadeiramente incríveis para um par 4, com
aproximadamente 250 metros.
Acho que no golf, deveria haver uma espécie de 2º serviço
como há no ténis. Termos uma segunda oportunidade, apenas na pancada de
saída de cada buraco. O jogo era muito mais divertido. Não tinhamos
aquele stress de ter que colocar a bola no campo. Podia-se arriscar
mais. Assim desta maneira, quando vamos a jogar bem, começamos a
encolher, a encolher... a certa altura até parece que temos medo de
bater na bola.
Já experimentaram esta modalidade de poder haver uma 2ª
oportunidade na saída? Eu não mas um dia hei-de experimentar para ver
qual era a diferença no resultado.
É claro que este jogo foi inventado de uma forma
brilhante e nunca se deverá mudar a forma de o jogar. Mas digam-me lá a
verdade, às vezes não dava vontade de repetir uma pancada sem
penalidade? É que, em algumas voltas, uma má pancada altera
completamente o resultado. Isto tudo porquê?
Porque na maior parte das vezes o medo apodera-se de nós
e não há nada a fazer. Qual é a solução para resolver este problema? Não
sei, digam-me vocês.
Divirta-se e aproveite o passeio.
Abraço
Miguel
4 Junho 2010
DICA Nº 21 - Os meus ídolos no golfe
Lembro-me de que quando
tinha os meus 12 anos, treinava no campo com duas bolas. Uma marca de
bola era o Jack Nicklaus, a outra era o Johnny Miller. Como gostava mais
do Jack Nicklaus, quando o Johnny Miller ía a ganhar atirava a bola dele
para o mato para o grande Jack ganhar. Chamem-me maluco mas, o meu ídolo
é que não podia perder.
Ao longo da minha vida golfística tive vários ídolos. A
nível amador em Portugal, o primeiro foi o José Sousa e Melo, mais
conhecido por “Zézinho”. Quando acabava de jogar um campeonato, ia
sempre acompanhá-lo, pois ele era uma referência a nível amador na
Europa. Foi o melhor jogador de golf que eu vi a 100 metros para baixo
do green. Jogador com personalidade forte, intimidava os seus “fellow
competitors” com o seu olhar meio tresloucado, capaz de ser amado por
uns e odiado por outros. Mas de facto, o que me fez admirá-lo foi a
paixão e o prazer que ele tinha (e tem) pelo jogo.
O meu outro ídolo em Portugal, era o meu parceiro
habitual de jogo, o meu irmão Pedro Nunes Pedro. Nunca na minha vida
poderei dar shots como eu o vi dar. Impressionante. A bola ía longe e
alta, parecia que nunca mais parava. Ai tanta inveja! A sua paixão pelo
jogo também é enorme. O problema é que, além do seu resultado, quer
saber como vão todos os outros participantes num campeonato. Daí a sua
alcunha de “Scoreboard”.
A nível profissional, os meus ídolos sempre foram o Jack
Nicklaus, o Tom Watson e o Severiano Ballesteros. Estilos completamente
diferentes mas todos eles com grande carisma. Hoje em dia, fico sempre
curioso por saber os resultados do Rory McIlroy, Matteo Manassero e
Ricky Fowler. Acho que vão ser os grandes jogadores do futuro. Vê-se no
seu “body language".
Para além destes jogadores, o meu outro ídolo actualmente
é o meu amigo Zé Gameiro Fernandes. Começou a jogar aos 65 anos e hoje,
prestes a cumprir 74 anos, tem handicap 9. O seu segredo é sem dúvida a
grande paixão que ele sente pelo jogo.
Aqui há uns anos atrás, nos campeonatos em Portugal,
havia sempre algumas pessoas a acompanhar as últimas partidas. Acho que
havia mais ambiente. Não é só na televisão que se vê bons jogadores.
Recomendo, principalmente aos miúdos, que acompanhem os
melhores jogadores nos campeonatos. Aprende-se muito a ver. Quem sabe,
não estará ali o vosso ídolo.
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um Abraço
Miguel
27 de Maio 2010
Dicas 20 a 11
Dicas 10 a 1
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