Filipe Lima (ver declarações) (-2) aparece às portas do ‘top-ten’, em 13º e poderá ter uma palavra a dizer na atribuição do título.

Quanto ao campeão nacional amador, Gonçalo Pinto (ver declarações), que teve um ‘caddie’ famoso, o apresentador de TV Jorge Gabriel, passou do céu à terra. Um dia depois de ter passado pela primeira vez um ‘cut’ em torneios do European Tour, viveu um mau dia nos ‘greens’, «os ‘putts’ não entraram» e tombou para o último lugar dos que se apuraram para os derradeiros 36 buracos, no 72º posto, com 8 acima do Par.

Aprender a lição do Portugal Masters

«Uma lição que tirei no Portugal Masters foi de não querer que ninguém crie expectativas muito altas. Quero jogar ‘shot’ a ‘shot’ e não pensar em vencer, mesmo sendo isso inevitável», disse o actual nº1 do ‘ranking’ da PGA de Portugal e 21º no ‘ranking’ do Challenge Tour (a II Divisão europeia).

À semelhança de Ricardo Santos, também Filipe Lima dobrou os primeiros 9 buracos com apenas 32 pancadas, um recorde este ano no Porto Santo Golfe, ao ponto de o site oficial do European Tour, no final da manhã, publicar uma notícia em destaque com o título «Lima ao ataque».

Nessa altura o português residente em França tinha subido ao 5º posto, com 4 ‘birdies’ nos sete primeiros buracos, mas no ‘back nine’ que ele tanto gosta, por permitir atacar, cometeu alguns erros que lhe custaram ‘bogeys’ nos buracos 11 e 14 e ‘duplo-bogey’ no 15.

Mesmo assim, e apesar de continuar lesionado num tornozelo, que o limita «nos drives e nas madeiras», teve uma boa reacção e pela segunda vez em três voltas fechou com ‘birdie’ no 18, o que sempre faz com que a motivação suba em flecha.

«Hoje poderia ter feito uma ronda fantástica, mas não fiquei atento nos buracos fáceis, joguei demasiado para ‘birdie’. Fiz 3 abaixo do par mas poderia ter feito uns -6 ou -7 e estar à caça da cabeça da prova», lamentou-se o nº2 da PGA de Portugal e 31º do ‘Challenge Tour.

Esse foi o grande mérito de Ricardo Santos – elevar o nível sem perder a consistência de jogo que tinha manifestado nos dois dias anteriores. Nos 36 buracos anteriores, tinha concretizado 7 ‘birdies’, mas também sofrera 8 ‘bogeys’. Desta feita, em apenas 18 buracos, arrancou 6 ‘birdies’ e ficou isento de ‘bogeys’.

«Deve ter sido a única volta imaculada de ‘bogeys’ neste torneio em 54 buracos», disse o ‘press officer’ do European Tour, Paul Symes.

Já Gonçalo Pinto viveu o oposto, isto é, não conseguiu qualquer ‘birdie’ (fizeram 6 no dia anterior) e enterrou-se com 5 ‘bogeys’.

Mas, para um jovem de 18 anos que foi campeão nacional em todos os escalões etários, dos sub-12 ao amador absoluto, tudo é uma experiência inolvidável.

«Diverti-me imenso com o meu ‘caddie’ (Jorge Gabriel), é uma excelente companhia e amanhã sê-lo-á de novo», disse.

«O ‘putt’ hoje não entrava e essa foi a diferença em relação aos dias anteriores. Muitas morderam o buraco e não entraram, não tenho explicação», queixou-se Pinto, que agradeceu ao Clube de Golfe de Vilamoura por ter financiado a sua vinda ao Porto Santo.

Michael Hoey mais favorito

Se Ricardo Santos igualou a melhor volta desta 19ª edição do Madeira Islands Open Portugal (as 66 pancadas que o irlandês Simon Thorton fizera ontem), Michael Hoey foi o autor do segundo melhor cartão do dia, com 67 (-5).

O norte-irlandês não pode jogar o torneio em 2009 porque foi afectado por uma estranha doença, mas foi no Porto Santo Golfe que obteve o seu melhor resultado da época transacta (6º) e está de novo na luta pelo título.

Com 209 pancadas (-9), partilha o comando com o inglês Jamie Elson, mas Hoey é um pouco mais favorito por gostar do desenho de Seve, que lhe faz lembrar alguns da Irlanda.

«Seria simpático fazer a ‘dobradinha’ portuguesa e vencer aqui depois do sucesso de Oitavos, mas falta ainda muito. Tenho de jogar agressivo. Hoje joguei bem, mas sinto que deveria ter feito uns 8 abaixo do Par», comentou.

Quanto a Jamie Elson, poderia estar isolado no comando, não tivesse falhado um ‘putt’ curto para ‘birdie’ no 18.

O inglês também elogiou «o excelente trabalho do Seve Ballesteros neste pedaço de terreno que lhe foi dado, pois é um fantástico desenho», mas pondera jogar de forma mais conservadora: «as bandeiras deverão estar mais difíceis e provavelmente deve-se jogar para o Par».

Homenagem a Seve Ballesteros

A 4ª e última volta inicia-se amanhã, às 08:00 horas, com saídas só do 1. A última saída é às 12:20 horas. Gonçalo Pinto sai às 08:00 horas, Filipe Lima às 11:40h e Ricardo Santos às 12:10.

A jornada será marcada por uma sentida homenagem a Seve Ballesteros. Às 14:00 horas em ponto, no buraco 14, haverá um minuto de silêncio (com a prova interrompida) e o vice-presidente do Governo Regional da Madeira, João Cunha e silva, irá descerrar uma placa com o nome do melhor jogador europeu de todos os tempos e arquitecto do campo do Porto Santo Golfe.

O 19º Madeira Islands Open Portugal conta para a Corrida para o Dubai do European Tour, para o ‘Ranking’ do Challenge Tour e para o ‘ranking’ mundial.

Resultados

O ‘top-6’ do 19º Madeira Islands Open Portugal, após 54 buracos ao Porto Santo Golfe, está assim ordenado:

1º Michael Hoey (Irlanda do Norte), 207 (72+68+67), -9.

1º Jamie Elson (Inglaterra), 207 (71+68+68), -9.

3º François Delamontagne (França), 209 (68+70+71), -7.

3º Chris Gane (Inglaterra), 209 (67+72+70), -7.

3º Alastair Forsyth (Escócia), 209 (71+69+69), -7.

6º Ricardo Santos (FPG/ Oceânico Golf), 211 (72+73+66), -5.

Portugueses que passaram o ‘cut’

13º Filipe Lima (TMN/FPG), 214 (70+75+69), -2.

72º Gonçalo Pinto (FPG/ CG Vilamoura), 224 (76+71+77), +8, Amador.

Portugueses que não passaram o ‘cut’

142º Hugo Santos (Pestana Golf), 158 (83+75), +14.

147º Nuno Campino (My Golf), 160 (79+81), +16.

Nota-1: Duarte Freitas (Pro-Motion) foi desclassificado, quando já estavfa a meio da 2ª volta, por ter entregado o cartão da 1ª volta com um resultado errado, um erro referente ao buraco 8.