Do total de 59 participantes, depois da
desistência por lesão da britânica Ana Scott, a melhor foi a inglesa
Emma Goddard, com 69 pancadas, 3 abaixo do Par, o que não é de admirar,
dado ser uma jogadora da Primeira Divisão europeia (Ladies European Tour
– LET), que só veio aos Açores por não haver torneios do seu escalão
esta semana.
Joana de Sá Pereira, de 25 anos, é a
melhor portuguesa, no 38º lugar, empatada com a inglesa Lauren Blease,
com 77 pancadas, 5 acima do Par, numa volta em que fez 1 triplo-bogey, 2
duplos-bogey, 1 bogey e 3 birdies, acabando exatamente com 1 birdie no
18.
«Nem no drive, nem no putt tive quaisquer
problemas. Francamente, foram 3 shots em que me enganei de taco,
acontece a toda a gente, um no Par-3 (no buraco 11) e nos outros dois os
segundos shots que foram para onde não deveria estar (buracos 2 e 16)»,
disse a portuguesa nascida na Suíça e residente em França.
Mónia Bernardo e Susana Ribeiro integram o
grupo das 40ª classificadas, com 78 pancadas, 6 acima do Par.
Mónia Bernardo, de 38 anos, uma madeirense
que reside no Algarve, teve duas fases muito boas: os primeiros cinco
buracos corridos a Par (do 10 ao 14) e depois o seu único birdie no 2,
seguido de seis buracos consecutivos a Par. Foi pena o bogey no 18, mas
onde foi realmente penalizada foi numa série terrível de duplo-bogey no
18 e triplo-bogey no 1.
A vice-campeã nacional explica o que se
passou: «No duplo joguei uma bola para o green que, infelizmente, não
tive um bom “bounce”. Ressaltou para a direita, caiu no bunker e, como
me disse o meu caddie, é o bunker mais difícil do campo, uma parede de
1,5 metro à frente, foram 2 shots para tirar a bola de lá e 2 putts.
Depois, tive uma saída menos boa, falhei à direita, onde era impossível
falhar, tive de dropar, de jogar para frente, o green é super difícil e
fiz 3 putts. E assim se faz 1 triplo».
A experiência de muitos torneios jogador
permite-lhe relativizar: «Tirando isso não posso dizer que tenha sido
mau». O cancelamento do Pro-Am prejudicou-a, na medida em que é uma das
jogadoras que testou pela primeira vez o percurso: «Não tive
oportunidade de jogar o back nine do campo, o meu front nine de hoje, e
fui completamente às cegas. Nos dias anteriores andei no campo e
visualizei-o, mas não é a mesma coisa que jogar o buraco».
Em contrapartida, Susana Ribeiro, de 25
anos, uma portuense residente em Belas, jogou neste campo em 2013 e só
falhou o cut por 1 pancada. Está num bom momento de forma e chegou a
andar parte da primeira volta no top-10, pois arrancou 1 birdie no
buraco 2, sofreu 1 duplo-bogey no 4, mas compensou com novo birdie no 8.
À reportagem da SportTV disse que «o objetivo era ficar no top-10», mas
depois as coisas complicaram-se numa série negra de bogey-duplo-bogey no
9, 10 e 11, da qual não se recompôs, perdendo ainda pancadas no 15 e no
18.
«No duplo-bogey falhei o shot de saída,
depois falhei o segundo shot, fiz 3 putts, correu tudo mal nesse buraco.
No 18 falhei o green muito à direita, fui para as árvores e fiz 1 bogey.
No 10, meti a primeira fora e fiz mais 1 duplo-bogey. Foi difícil
continuar», contou a campeã nacional, que detetou um erro técnico pouco
habitual: «Estava a dar bastante em push, slice, falhei muitos shots
assim, já consegui no fim da volta contrariar essa tendência».
Como se pode ver, qualquer uma das
portuguesas teve boas fases de jogo e é por isso que sentem que tudo
pode mudar amanhã, no dia do tudo ou nada, numa jornada que se prevê
difícil pelo agravamento das condições meteorológicas. Mas o discurso é
obviamente positivo.
«Amanhã será diferente porque já
aprendemos onde devemos bater a bola e onde devemos evitar. Quando
jogámos o campo pela primeira vez nas voltas de treino não estava tão
molhado. O campo não é difícil mas com tanta água, com os greens
molhados, tivemos de parar durante uns 15 minutos para poderem tirar a
água dos greens. Ficou um bocado ensopado, num período de menos de dez
minutos caíram uns bons 20 centímetros de água e o campo tornou-se
difícil, mas agora já estamos preparadas», frisou Joana Pereira.
«Impossível não é (atingir o objetivo do
top-10), nada é impossível e amanhã será melhor», sublinhou Susana
Ribeiro.
«Será difícil alguém fazer um resultado
muito baixo neste campo. Está muito vento, há buracos em que temos de
jogar dois ou três tacos a mais, o vento estava hoje mesmo
impressionante e é um campo muito fechado, onde não podemos falhar o
fairway, porque ficamos dentro das árvores sem hipóteses de recuperar.
Todas podemos ainda sonhar. Amanhã é outro dia e embora não tenhamos
jogado lindamente hoje, não jogámos assim tão mal que estejamos fora de
hipótese de passar ao terceiro dia», analisou Mónia Bernardo.
O mais importante torneio feminino
português, de 30 mil euros em prémios monetários, é liderado pela
inglesa Emma Goddard que se sentiu a jogar em casa.
«É sem dúvida o típico clima britânico,
frio, chuva, mas de repente fica bonito e soalheiro. É a minha primeira
vez aqui, neste campo, nesta ilha, é muito bonita. Gostei muito do campo
e tentei tirar partido das oportunidades, apesar de estar muito
molhado», declarou, depois de uma volta insenta de bogeys, com birdies
nos buracos 2, 16 e 18.
«É simpático estar no topo do leaderboard
mas não tenho expectativas para amanhã, a não ser fazer o mesmo que hoje
e estar pronta para o último dia. É a minha primeira vez num torneio
LETAS. Tenho cartão a tempo inteiro para o LET mas havia esta vaga no
calendário e decidi jogar as duas próximas semanas no LETAS. Neste
momento estou no fio da navalha para manter o cartão, veremos»,
acrescentou a 123ª classificada na Ordem de Mérito do LET.
O 5º Açores Ladies Open conta com 9 das 10
primeiras da Ordem de Mérito do LETAS e duas delas surgem logo no 2º
lugar, a 1 pancada da líder. A espanhola Natalia Escuriola, a 3ª
jogadora da Segunda Divisão europeia, jogou a sua primeira volta com o
novo estatuto de profissional em 70 pancadas, 2 abaixo do Par, o mesmo
resultado da finlandesa Krista Bakker, a 8ª do mesmo ranking LETAS. A
outra jogadora empatada no 2º lugar com 70 (-2) é a francesa Marion
Duvernay.
O 5º Açores Ladies Open tem o alto
patrocínio do Governo Regional dos Açores. O promotor nacional é a
Stream Plan, empresa que encerra nos seus quadros e em parcerias diretas
uma vasta equipa com grande experiencia na organização de eventos
desportivos (Volta a Portugal em Bicicleta, Volvo Ocean Race, Rali
Dakar, Campeonatos do Mundo de Vela, Troféu de Portugal TP52, Lisbon
Grand Prix Offshore, WCT Figueira Pro, etc.). Em golfe, alguns dos seus
elementos foram responsáveis ou colaboraram, para além das edições
anteriores do Açores Ladies Open, na realização de mais de 30 eventos do
European Tour, incluindo o Open de Portugal, Estoril Open, Madeira
Islands Open e Brazil Open e ainda inúmeros eventos do European
Challenge Tour, Ladies European Tour e European Seniors Tour.
A organização do evento está ainda a cabo
do Clube de Golfe da Ilha Terceira e da Azores Golf Islands / Ilhas de
Valor – entidade que tem acompanhado a promoção e organização do evento
desde a sua origem, contando também com a chancela da PGA de Portugal
(associação nacional de profissionais de golfe) e da Federação
Portuguesa de Golfe, organismo máximo do golfe nacional.
O 5º Açores Ladies Open conta ainda com os
apoios da SATA, Vista Alegre, Panazorica e Hotel Angra Garden.
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