Portugal
mandou hoje (sexta-feira) no golfe mundial. No dia em que o
Primeiro-Ministro, José Sócrates, recebeu uma delegação da
Ryder Cup Europe (ver ‘press
release’), Filipe Lima saltou para o terceiro lugar no
Oceânico Victoria Golf Club e colocou-se no epicentro da
luta pelo título mais prestigiado do golfe português, o do
Portugal Masters.
O nº1 da Ordem de Mérito da PGA de Portugal e único
português membro do European Tour (I Divisão do golfe
europeu) fez a terceira melhor volta da sua carreira, de
oito abaixo do Par, 64 pancadas, totalizando 134 (-10).
Numa altura em que se chega a meio da prova (36 buracos), o
português está empatado com o seu amigo francês Raphael
Jacquelin e dista apenas 3 ‘shots’ do líder, o holandês
Martin Lafeber (-13), com o finlandês Mikko Ilonen (-11)
pelo meio.
É a segunda vez que Filipe Lima aparece nos lugares cimeiros
do Portugal Masters, depois de 2007, ano em que uma última
volta de 73 (+1) o atirou para um 21º posto final, mesmo
assim o melhor resultado de sempre de um golfista nacional
no evento.
O profissional da Federação Portuguesa de Golfe considerou
ter feito a «melhor volta da temporada» (que incluiu um
‘eagle’ no buraco 17), isenta de ‘boggeys’ e solicitou mais
apoio ao público português no fim-de-semana (ver
declarações), apelo semelhante ao de Ricardo Santos.
Se Filipe Lima passou o seu terceiro ‘cut’ em quarto
participações no Portugal Masters, Ricardo Santos fê-lo pela
primeira vez, figurando no grupo dos 30º classificados, com
um agregado de 138 pancadas, 6 abaixo do Par do campo que
ele próprio representa.
O nº3 da PGA de Portugal, que se animou com três ‘birdies’
nos três primeiros buracos, está a retirar frutos de um
estudo intensivo que fez ao campo, «três horas e meia por
cada buraco» e do trabalho que há dois anos encetou com os
treinadores Almerindo Sequeira e David Moura Santos (ver
declarações).
Para se perceber a qualidade dos resultados de Lima e
Santos, basta dizer que é apenas a segunda vez que dois
portugueses se qualificam para os derradeiros 36 buracos do
Portugal Masters, depois de Lima e Tiago Cruz terem feito o
mesmo em 2007.
Note-se, por exemplo, como o inglês Ross Fisher, um dos
campeões da Ryder Cup de há duas semanas, está empatado com
Santos (ver
classificação) e o seu parceiro na selecção europeia, o
espanhol Miguel Angel Jiménez, surge mesmo atrás dos
portugueses, no 37º posto (-5).
Lima (que necessita de um ‘top-3’ para manter-se no European
Tour em 2011. É o actual 180º na Corrida para o Dubai e só
os 115 primeiros garantem o cartão) e Santos necessitam que
o público português apareça em força em Vilamoura, como na
World Cup em 2005 e no Portugal Masters de 2007, para que os
milhares de espectadores que têm pisado o Oceânico Victoria
não gritem apenas pelas muitas estrelas estrangeiras
presentes. Segundo dados do PGA European Tour, já se
venderam 16.076 bilhetes no Portugal Masters de 2010, 7.996
dos quais no dia de hoje.
O holandês Martin Lafeber, sabe bem da importância do apoio
do público local, pois ganhou o “seu” Open da Holanda em
2003 e conta que a explosão de alegria é semelhante a «jogar
um quinto torneio do ‘Grand Slam’». Lafeber procura somar em
Portugal o segundo título da sua carreira no European Tour,
num país que adora «desde os tempos que que jogava como
amador na selecção» da Federação Holandesa de Golfe. Mas nem
esse gosto pelo nosso país o impede de salientar os pontos
fortes da candidatura holandesa à organização da Ryder Cup
de 2018, concorrente da portuguesa: «O nosso campo e a
proximidade do Benelux» onde também há muitos adeptos da
modalidade. Mesmo assim, considera «A Alemanha e a França
como favoritas».
O Portugal Masters prossegue amanhã (sábado), a partir das
08:40 horas, com a última saída às 13:48h. Ricardo Santos
sai às 11:28h e Filipe Lima às 13:39h.
O ‘cut’ fixado em 4 abaixo do Par igualou o mais baixo de
sempre (2009), tendo sido eliminados os portugueses António
Rosado (Par), Manuel Violas (+6), Tiago Cruz (+7), Tiago
Rodrigues (+7) e António Sobrinho (+14).
O Portugal Masters, integrado no Allgarve 2010, é organizado
pelo PGA European Tour. Conta para o ‘ranking’ mundial de
golfe, para a Corrida para o Dubai (que qualifica o ‘top-60’
para o Campeonato do Mundo do Dubai), sob o patrocínio do
Turismo de Portugal e do Turismo Algarve.