No ano passado, Pedro
Figueiredo tornara-se no primeiro amador português a passar o cut no
Portugal Masters. Um marco histórico porque já houvera amadores lusos a
seguirem para os derradeiros 36 buracos em eventos do European Tour, nos
Opens de Portugal e da Madeira, mas essas provas não têm a cotação
internacional do Portugal Masters.
Volvidos doze meses,
“Figgy” mostrou que não foi por acaso que ameaçou então, com o seu 23º
lugar, superar o 21º posto de Filipe Lima em 2007, ainda a melhor
classificação de um golfista nacional. Aí está ele de novo às portas do
top-20, em 25º, com duas voltas de 70 pancadas, um agregado de 2 abaixo
do Par, como melhor português na entrada para a terceira volta.
Nunca é fácil repetir um
feito, mas Figueiredo tem mostrado que tem perfil psicológico de campeão
e é por isso que entra também para a história do golfe nacional como o
primeiro amador a passar o cut em dois anos consecutivos no mesmo
torneio do European Tour!
Mas os recordes nacionais
não se ficaram hoje por aqui. Ricardo Melo Gouveia, a estrear-se na
competição, foi o que mais brilhou, chegando a andar a 4 abaixo do Par
antes de ser traído pelo nervosismo de uma situação inédita. Fechou,
aflito e aliviado, a Par do campo, mesmo à queima do cut, em 51º.
O quartofinalista do US
Amateur e oitavofinalista do British Amateur junta-se a Pedro Figueiredo
para marcar a primeira vez que dois amadores portugueses passam o cut
num mesmo torneio do European Tour.
No meio dos dois amadores
ficou o profissional Ricardo Santos, em 37º, com 1 pancada abaixo do
Par, num dia muito sofrido, mas que coloca um ponto final em cinco cuts
consecutivamente falhados pelo campeão nacional no European Tour. Aliás,
desde que venceu o Madeira Islands Open, é apenas o quarto cut que passa
em 15 torneios disputados.
Tinha razão Manuel
Agrellos, presidente da Federação Portuguesa de Golfe, para estar
orgulhoso ao final da tarde, na tenda que a FPG estreou este ano junto
ao green do buraco 9, onde recebe todos os filiados. Faziam-lhe
companhia Álvaro Barreto, dos corpos sociais da FPG, Miguel Franco de
Sousa, secretário-geral da FPG, João Coutinho, director-técnico
nacional, e Nuno Campino, seleccionador nacional.
«Isto é o fruto de muito
trabalho. Parece fácil, mas foram muitos anos para se chegar aqui»,
disse Agrellos, no seu último mandato, presidente há 12 anos.
É certo que Ricardo
Santos e Ricardo Melo Gouveia devem muito a Clube de Golfe de Vilamoura
e Pedro Figueiredo ao da Quinta do Peru. Santos tem recebido ajuda
preciosa da sua equipa técnica actual, dos seus patrocinadores privados
e de algum apoio da PGA de Portugal, enquanto “Figgy” admite muito ter
aprendido na Universidade de Los Angeles Califórnia e “Melinho” da
Universidade Central da Florida. Mas estes três jogadores sabem bem que
só chegaram onde estão hoje devido ao enorme investimento que a FPG fez
neles ao longo de anos, nas suas carreiras amadores. É um trio
resultante do programa de alto rendimento colocado em marcha em 2002.
Pelo caminho ficaram hoje
Tiago Cruz (+2), Filipe Lima (+3), Nuno Henriques (+4), António Rosado
(+4) e Hugo Santos (+5), mas seria injusto não referir a volta em 66
pancadas de Cruz (5 abaixo do Par), o segundo melhor resultado do dia, e
o eagle de Hugo no 5, o segundo seguido nesse buraco.
A presença inédita de
três portugueses nas duas últimas voltas do Portugal Masters irá atrair
ainda mais público nos dois últimos dias, numa sexta edição
caracterizada por afluências recorde.
Se no Pro-Am os 3.012
bilhetes foram um máximo, também hoje as 9.543 entradas foram a melhor
afluência de sempre a uma sexta-feira. No total dos três dias, já
passaram pelo Oceânico Victoria 19.100 espectadores!
O Portugal Masters de
2012 é comandado por Ross Fisher, com 132 pancadas, 10 abaixo do Par,
após uma segunda volta em 67 (-4).
O inglês de 31 anos
persegue o seu quinto título no European Tour e apanhou um valente susto
pois no tee do buraco 1 escorregou, fez uma entorse e teve de ser
assistido pelo fisioterapeuta que lhe enfaixou o tornozelo esquerdo.
Jogou inchado e com dores, mas nem por isso deixou de isolar na frente
com uma vantagem para 3 pancadas.
Fisher, vencedor da Ryder
Cup em 2010, partilhava o comando após a primeira volta de 65 (-6) com o
escocês Stephen Gallacher, mas este não conseguiu melhor do que uma
segunda volta em 70 (-1) e partilha agora o segundo lugar com o
austríaco Bernd Wiesberger, com 135 (-7), este último autor do melhor
resultado do dia, 65 (-6), só igualado pelo sueco Johan Edfors.
Press-release
12 de Outubro 2012 |