Depois disso, tornou-se profissional, andou a jogar torneios do European
Tour com convites, em grande parte porque já chamou a atenção da maior
agência mundial de gestão de carreiras desportivas, o IMG. «Nasceu uma
estrela», disse na cerimónia de entrega de prémios Peter Adams, o
director de torneios do European Tour.
A
forma como jogou, com 1 único bogey e 22 birdies nos últimos 52 buracos,
diz tudo.
O
mesmo 65 de Sandwich, no British Open, foi repetido na última volta de
hoje do Portugal Masters, 7 abaixo do Par do Oceânico Victoria Golf Club,
o suficiente para agregar 267 pancadas (-21), batendo por 2 o espanhol
Rafael Cabrera-Bello, o líder na partida para a derradeira ronda.
Tom
Lewis embolsou 416.660 euros de prémio, mas diz que no campo «nem pensou
no dinheiro, mas apenas em ganhar o torneio» e quando o interpelaram ao
que iria fazer com o prémio nem soube responder. Claramente não é isso
que o move.
Vencedor da Walker Cup (a Ryder Cup dos amadores), Lewis poderá
tornar-se no primeiro jogador desde Tiger a vencer também na Ryder Cup
logo depois de passar a profissional.
Seria preciso uma conjugação de factores mas não é impossível. Mais
plausível é a qualificação para o Campeonato do Mundo do Dubai. O
triunfo em Vilamoura atirou-o para o 53º lugar da Corrida para o Dubai e
o top-60 a apura-se no final da época.
Do
que está livre é da Escola de Qualificação. George O’Grady disse-lhe:
«Sê bem-vindo ao European Tour». É o novo membro do circuito europeu e o
êxito em Portugal dá-lhe isenção até ao final de 2013.
O
Portugal Masters de 2010 começou com o elogio a quarentões como Colin
Montgomerie, Miguel Angél Jiménez, José Maria Olazábal e John Daly,
ídolos do golfe que ninguém esquece. Durante o torneio, até a meio da
jornada de hoje, deu a ideia que a ternura dos 40 iria prevalecer numa
quarta vitória em 2011 de Thomas Bjorn, mas, afinal, foram dois jovens
de 20 anos a prevalecer, para mais, amigos de longa data.
O
primeiro é, naturalmente, o campeão, Tom Lewis. O segundo é português e
chama-se Pedro Figueiredo.
«Pedro é muito bom. É um tipo simpático, conheço-o há vários anos e
estou contente por ter jogado tão bem esta semana. Quando terminar o
curso nos Estados Unidos, irá aparecer em grande na Europa e vencerá um
torneio, espero que em Portugal, seguramente o seu sonho».
Tal
como Tom Lewis, Pedro Figueiredo nunca escondeu que quer ser
«profissional do European Tour», mas enquanto o inglês passou a ‘pro’
este ano, o português não tem pressa. Diz que «se pode jogar golfe até
aos 40 ou 50 anos e primeiro há que acabar o curso».
No
Oceânico Victoria Golf Club Pedro Figueiredo poderia ter amealhado um
prémio de 26.750 euros se fosse profissional, mas nem isso o apressa a
mudar o rumo: «Sempre consegui fazer o que quis, nunca tive fome,
portanto tento não pensar muito no dinheiro e consigo fazê-lo. Não me
afecta nada o facto de não receber o dinheiro do prémio por ser amador.
Isso não me deixa mais ansioso».
Em
qualidade de jogo, esteve «como um profissional» e se o seu 23º lugar
(empatado) não supera a classificação de Filipe Lima em 2007 (21º), já
as 274 pancadas, 14 abaixo do Par, após uma última volta em 67 (-5), é o
melhor resultado de sempre de um português no Portugal Masters.
Falando de recordes, o Portugal Masters de 2011 ficou marcado pela maior
afluência de público numa terceira volta e no Pro-Am: 8.264 espectadores
no sábado e 2.986 na quarta-feira. No final dos cinco dias não bateu o
recorde de 2009 (37.479), mas ficou-se a apenas 342 bilhetes desse
registo, com um total de 37.137, ou seja, uma afluência notável para uma
época de crise, embora 3/4 dos espectadores sejam estrangeiros.
A
esse propósito, Manuel Agrellos, presidente da Federação Portuguesa de
Golfe, declarou que «Portugal precisa de ser um país de golfe, para os
estrangeiros e para os portugueses».
Manuel Agrellos falava na conferência de Imprensa promovida pelo
Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) e realizada ao início da
tarde, que contou ainda com as presenças do seu presidente, Diogo Gaspar
Ferreira, do presidente da AlgarveGolf, Chrisopher Stilwell, e da
secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, para debater o futuro
do golfe em Portugal.
O
CNIG apresentou o Visit Portugal Golf (www.visitportugalgolf.com),
a ser lançado em 2012, um portal de reservas online de campos de golfe,
cujo orçamento, de meio milhão de euros, foi custeado pelo Turismo de
Portugal.
Diogo Gaspar Ferreira disse que «o portal é inédito no Mundo e será a
primeira vez que se poderá reservar online tee-times, pagar os gree-fees,
receber um voucher, para todos os campos de golfe de Portugal. É uma
estrutura complexa que está a ser desenvolvida há um ano, e uma vez
concluída, permitirá um total de 5% de reservas online no primeiro ano,
sendo o objectivo a médio prazo o de 15% a 17% por ano de todas as
reservas de golfe em Portugal».
Cecília Meireles julgou «importante a aposta em novos meios de
distribuição», acrescentando que «este portal é inovador a nível
internacional e temos de adaptar-nos a um Mundo diferente». A governante
sublinhou que «o Portugal Masters promove o destino Portugal e todos os
que têm assistido às transmissões televisivas têm visto este tempo
maravilhoso que é raro nesta altura do ano noutras partes do Mundo, numa
infraestrutura bem pensada e concebida».
|