Pedro Figueiredo foi o único português a passar o cut no Portugal
Masters, o mais importante torneio de golfe português, de 2,5 milhões de
euros em prémios monetários, que o PGA European Tour está a organizar no
Oceânico Victoria Golf Club, em Vilamoura, Algarve, sob o patrocínio do
Turismo de Portugal.
O melhor amador de golfe português, que representa a UCLA (Universidade
Los Angeles California) no campeonato universitário norte-americano,
veio dos Estados Unidos para jogar propositadamente o Portugal Masters,
duas semanas depois de ter conquistado o seu primeiro título do ano.
Após uma época mediana, prejudicada por uma grave lesão numa mão que só
lhe permitiu começar a jogar no final do primeiro trimestre, Pedro
Figueiredo, de 20 anos, vai concluí-la em beleza após uma série de
recordes dignos de registo.
Hoje (sexta-feira), ao assinar um cartão de 65 pancadas, 7 abaixo do
Par, conseguiu o segundo melhor resultado da segunda volta (houve dois
64), o melhor resultado de sempre de um amador português num torneio do
European Tour, o nono melhor score de sempre de qualquer amador em
eventos da primeira divisão europeia e a terceira melhor ronda de sempre
de um português (incluindo profissionais) em competições deste nível.
Daniel Silva tinha feito 63 (-8) no Fujitsu Maditerranean Open de 1991 e
Filipe Lima um 61 (-8) no Open do País de Gales de 2006. Daniel Silva e
Filipe Lima são, apenas, os dois melhores golfistas portugueses de
sempre.
E entre os amadores estrangeiros que conseguiram melhor do que Pedro
Figueiredo encontramos alguns dos craques do golfe mundial como Adam
Scott, Francesco Molinari, Pablo Martin e Michael Hoey.
Mas os feitos do jovem de Azeitão, que em Portugal representa a Quinta
do Peru, não se ficam por aqui, uma vez que passou o cut em torneios do
European Tour pela quarta vez, sendo o único amador luso a tê-lo feito
em todas as provas portuguesas deste escalão, já que juntou este cut
passado em Vilamoura aos apuramentos no Estoril Open de Portugal de 2008
e no Madeira Islands Open do mesmo ano. A última vez tinha sido no Open
da Irlanda de 2009.
Pedro Figueiredo considerou o 65 de hoje a sua «melhor volta de sempre»
e Ricardo Santos, que falhou o cut por 1 única pancada, em grande parte
devido aos dois bogeys nos últimos 3 buracos (16 e 18), alertou para o
facto de Pedro ter uma mente de campeão, tão ou mais forte do que
maioria dos jogadores deste Portugal Masters.
«Dele pode-se esperar tudo», disse o nº1 português. E a verdade é que
Pedro Figueiredo está no 22º lugar empatado, com um agregado de 8 abaixo
do Par, a apenas 5 pancadas do líder, o inglês Simon Khan.
No ano passado, Khan venceu o BMW PGA Championship em Wentworth, um dos
mais importantes torneios do Eurpean Tour e aos 39 anos mostra que no
golfe nunca se é velho de mais quando o jogo está afinado.
Com voltas de 65 e 66, Simon Khan vê-se numa situação – a de liderar –
com a qual não se deparava desde 2008, mas tem a 1 simples pancada o
chileno Felipe Aguilar, o galês Rhys Davies e o comandante da primeira
volta, o sul-africano James Kingston.
Dos grandes craques, o melhor posicionado é o dinamarquês Thomas Bjorn,
em 8º (-10), mas atenção ao ex-nº1 mundial, Martin Kaymer que surge num
bom 12º posto (-9).
O cut fixou-se em -5, o mais baixo na história do Portugal Masters.
Foram eliminados dois grandes senhores do golfe mundial, o
norte-americano John Daly (+3) e o espanhol José Maria Olazábal (-3),
mas mais surpreendentes foram os afastamentos de Miguel Angel Jiménez
(-4), Lee Slattery (-4) e Simon Dyson (-1).