Lynn tem vindo todos os anos
ao Portugal Masters e totalizou 266 pancadas, 18 abaixo do Par, após
rondas de 65, 65, 73 e 63, batendo por 1 única o sul-africano Justin
Walters, que teve uma celebração ainda mais entusiástica do que o
campeão, porque garantiu a permanência na primeira divisão do golfe
europeu, duas semanas depois do falecimento da sua mãe.
As 6 pancadas de Lynn não são
a maior recuperação de sempre na história do mais importante torneio
português de golfe, porque o australiano Richard Green anulou, em 2010,
uma desvantagem de 7.
Mantém-se a tradição do
evento do Turismo de Portugal coroar campeões que vêm de trás: aconteceu
pela sexta vez em sete anos. Só o espanhol Álvaro Quirós, em 2008,
segurou aos 72 buracos o comando que já detinha aos 54.
Mas para o jogador que
iniciou o torneio no 52º lugar do ranking mundial e no 104º da Corrida
para o Dubai do European Tour, o mais importante foi quebrar um «longo
jejum de nove anos» sem ganhar qualquer título internacional.
«Quando venci o meu primeiro
torneio, pensei que iria ter mais vitórias, mas agora percebo que não
podemos tomar nada como garantido e vou apreciar este momento. Por
várias razões, é o mais importante título da minha carreira», disse,
após embolsar 333.330 euros, um prémio que o catapultou para o 43º lugar
da Corrida para o Dubai, para além de entrar no top-40 do ranking
mundial.
De uma assentada, Lynn
garantiu o cartão para o European Tour durante mais duas épocas e ficou
extremamente bem posicionado para se qualificar para o DP World Tour
Championship, o milionário torneio do Dubai que reúne o top-60 do
Circuito Europeu.
A vitória em Portugal mudou
os seus planos mais imediatos. «Ia jogar à Malásia, um torneio do PGA
Tour, e depois a Taça do Mundo à Austrália. Agora já vou entrar em
torneios bem mais importantes e irei, provavelmente, uma série de
semanas seguidas», explicou, referindo-se ao facto de ter-se apurado
para os torneios da Final Series do European Tour.
O único título de David Lynn
antes do Portugal Masters fora o KLM Open, na Holanda, em 2004,
exactamente no ano em que esteve na luta pela vitória no Open de
Portugal, no Penina. Partiu para a última volta na liderança, empatado
com os espanhóis Miguel Angel Jiménez e Ignácio Garrido e acabou em 5º.
Ganhou então Jiménez. Já no Portugal Masters, há dois anos, terminou em
3º. Desde miúdo que vem «a Portugal jogar, primeiro com os pais e depois
para competir» e finalmente conseguiu vencer no nosso país.
«Estive perto tantas vezes,
creio que fui segundo classificado em oito torneios (entre European Tour
e PGA Tour), com destaque, obviamente, para o segundo posto no PGA
Championship do ano passado (um dos Majors). Mas hoje, quando comecei a
meter tantos putts, senti que poderia ser o meu dia», afirmou Lynn, que
desde este ano partilha a presença nos dois principais circuitos.
Em 2013, no PGA Tour (circuito
americano), quase ganhava no Wells Fargo Championship, em Quail Hollow,
em Maio, mas perdeu no play-off com o norte-americano David Ernst, um
desconhecido que nem estava entre os 1000 primeiros do ranking mundial!
Foi ainda 4º classificado no prestigiado The Honda Classic. Já no
European Tour não tinha conseguido ainda qualquer top-ten. Percebe-se
ainda melhor a sua felicidade ao vencer em Vilamoura, dizendo «nem
acredito, nem acredito» quando se viu com o troféu na mão.
Muito importante para a sua
recuperação foi a presença de milhares de ingleses que o apoiaram no
campo. Hoje registaram-se 9.562 entradas, para um total de 36.102
espectadores em cinco dias de prova. Não é um recorde, mas é a quinta
vez consecutiva em sete anos de história que se ultrapassam os 35 mil
bilhetes.
Não são só os britânicos a
contribuir para o sucesso de afluência. Os espanhóis foram igualmente
numerosos neste ultimo dia. Vieram para assistir a uma eventual vitória
de Álvaro Quirós ou Pablo Larrazábal.
Quirós, campeão em 2008 e
agora residente no Algarve, andou sempre no top-ten mas acabou no grupo
dos 22º classificados com 10 abaixo do Par, depois de um cartão de 74.
Larrazábal, antigo campeão do Open de França, ainda logrou um top-ten,
empatado em 8º, com 14 abaixo do Par, depois de um 70.
O espanhol que mais brilhou
hoje foi o carismático Miguel Angel Jiménez, de 49 anos, por concretizar
um sempre espectacular hole-in-one, com um ‘shot’ de ferro-7, no buraco
8, de 160 metros.
Foi o terceiro hole-in-one na
história do Portugal Masters, o segundo no buraco 8, depois do ‘ace’ do
francês Jean-François Lucquin em 2008.
Jiménez terminou em 57º
empatado, com 5 abaixo do Par, teve um prémio monetário de 5.700 euros,
o que para ele são migalhas. Bem mais especial foi o prémio que lhe
ofereceu a Fitapreta Vinhos, patrocinadora do Portugal Masters através
da Sexy Wine. Pelo hole-in-one, o espanhol ganhou 100 garrafas de vinho
para a sua famosa colecção. Serão garrafas de várias colecções e não
apenas da marca divulgada no Portugal Masters.
O sétimo Portugal Masters
terminou em beleza, com a cerimónia de entrega de prémios em que
estiveram presentes Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do
Turismo; Augusto Baganha, presidente do Instituto Português do Desporto
e Juventude; Desidério Silva, presidente do Turismo Algarve; Seruca
Emídio, presidente da Câmara Municipal de Loulé; Keith Waters, Chief
Operating Officer e director de Política Internacional do European Tour;
Peter Adams, director Internacional de Campeonatos do Eurpean Tour;
Manuel Agrellos, presidente da Federação Portuguesa de Golfe; José
Correia, presidente da PGA de Portugal; Gerry Fagan, presidente da
Oceânico Golf; David Williams, director de torneio do Portugal Masters;
Christopher Stillwell, presidente da AlgarveGolf; e, claro, o campeão,
David Lynn, que prometeu a Adolfo Mesquita Nunes voltar para o ano para
defender o título.
Press-release
13 de Outubro 2013 |