Ricardo Abreu, diretor do Clube de Golf do Santo da
Serra, prevê uma semana de grande competição entre os 146 jogadores em
prova. «Acredito que os jogadores que vão estar no tee de saída vão
estar ao seu melhor nível desde o buraco 1. E quem sabe se não volta a
sair da Madeira mais um ‘Rookie of The Year’ ou mais um jogador de nível
mundial», diz o diretor, fazendo referência a Ricardo Santos e Peter
Uihlein, vencedores da prova em 2012 e 2013, que conquistaram o
prestigiado título de Sir. Henry Cotton European Tour Rookie of the Year.
Este torneio tem vindo a ganhar fama como “rampa de
lançamento” para os jovens jogadores, uma vez que pontua para ranking
mundial, para o European Tour e Challenge Tour. O vencedor do Open da
Madeira ganha um ano de isenção no European Tour.
O diretor do Clube de Golf do Santo da Serra deixa, no
entanto, um conselho aos jogadores que vêm à Madeira para arriscar tudo
no torneio inaugural do circuito Challenge Tour. «O Santo da Serra é um
campo de montanha, tem elevações ao longo do campo, o que dificulta a
leitura dos greens. Está cheio de perigos para jogadores mais ambiciosos
que atiram logo para a bandeira. É preciso concentração total e
abstrair-se da belíssima paisagem».
O presidente do Clube de Golf do Santo da Serra, António
Henriques, enaltece a longevidade de uma prova, que tem feito história
no golfe nacional. «O torneio tem 23 anos, é um torneio maduro, quer na
sua relação com o European Tour, com os patrocinadores que nos
prestigiam com a sua presença, quer com todos os que contribuem para a
sua realização». O anfitrião sublinha, ainda, a importância do torneio
para a região: «As imagens do torneio chegam a 400 milhões de lares em
todo mundo, através das transmissões televisivas, promovem não só o
golfe, como também a ilha da Madeira. O Open madeirense tem-se revelado
na forma mais económica de projetar a ilha da Madeira ao mais alto
nível», salienta António Henriques.
Dez portugueses em prova, competição ao rubro
O field deste ano está repleto de novidades, desde os
jovens jogadores à procura do seu lugar na elite do golfe, aos
profissionais experientes com provas dadas no circuito europeu. Entre os
golfistas mais conhecidos do público português encontra-se, o galês
Bradley Dredge, vencedor do Madeira Islands Open em 2003 e do Algarve
World Cup em 2005 na companhia do compatriota Stephen Dodd, está no 247º
lugar do ranking mundial, bem como, Van Philips, o inglês que venceu o
Algarve Open de Portugal em 1999.
O jovem italiano Renato Paratore vem à Madeira, depois
de dar que falar na época passada, quer pela vitória no Internacional
Amador de Portugal, como pela sua ascensão ao principal circuito
europeu, no seu primeiro ano como profissional, após ter conseguido o
terceiro lugar na Escola de Qualificação. Tornou-se no terceiro jogador
mais jovem da história da Escola de Qualificação a conquistar o cartão
do European Tour.
O inglês Robert Rock, nº61 na Corrida para o Dubai e
295º do ranking mundial e Richard Finch, campeão de duas provas do
European Tour, são alguns dos profissionais que vão estar na luta pelo
título madeirense.
Os ingleses Sam Hutsby e Jason Barnes, bem como, o
alemão Florian Fritsch que conquistaram o acesso direto ao principal
circuito europeu, por se classificarem nos primeiros 15 lugares do
Challenge Tour, optaram por viajar até à Madeira para jogarem o torneio
insular.
Javier Ballesteros, espanhol de 24 anos, filho do
afamado Seve Ballesteros é uma das presenças confirmadas no field do
open madeirense.
Dos 146 jogadores em prova encontram-se, também, cinco
antigos campeões: Ricardo Santos; Estanislao Goya; Alastair Forsyth;
Bradley Dredge e Jarmo Sandelin.
O vencedor da edição passada do Madeira Islands Open-
Portugal- BPI foi o inglês Daniel Brooks, após um renhido play-off com o
escocês Scott Henry.
As atenções vão estar naturalmente voltadas para a
armada lusa, que é composta por dez jogadores: Ricardo Melo Gouveia;
Ricardo Santos; Filipe Lima; Tiago Cruz; Gonçalo Pinto; João Carlota;
Pedro Figueiredo; João Pedro Sousa e os amadores Carlos Laranja e Tomás
Bessa.
Ricardo Melo Gouveia, algarvio de 23 anos, é o jogador
português melhor cotado no ranking mundial (438º). Disputa o Madeira
Islands Open pela primeira vez, este ano, como profissional. A sua única
aparição no segundo maior torneio profissional de golfe português foi em
2010 no Porto Santo Golfe, ainda como amador e não passou o cut. «O meu
objetivo é ficar nos 15 primeiros lugares do Challenge Tour, dá-me
acesso direto ao European Tour. Este torneio é um dos mais importantes
do Challenge Tour, ter um bom arranque tirava-me um pouco a pressão ao
longo do ano a nível de ranking. É provável que aconteçam altos e baixos
durante o ano e por isso é importante ter um bom resultado na Madeira»,
explicou o algarvio que venceu o EMC Golf Challenge Open, uma prova do
Challenge Tour, no seu ano de estreia como profissional, em 2014.
Quanto à sua experiência no desafiante percurso do Santo
da Serra Golf remonta a 2005, na competição de Interclubes ao serviço do
Clube de Golfe de Vilamoura, tinha, ainda, 13 anos. «Vou focar-me nos
dias de treino e depois pensar dia-a-dia. Não vou colocar expectativas
altas, mas estou confiante». Para o profissional, o facto de jogar em
Portugal na prova inaugural do circuito pode ser benéfico para si e para
todos os jogadores lusos. «Vamos ter o apoio do público português, todo
o apoio é importante», diz o profissional que conta com dois títulos
este ano, o Clube EDP PGA Open, do calendário da PGA Portugal e o 2º
Morgado Classic, do Algarve Pro Golf Tour.
Ricardo Santos chega à Madeira na sua quarta época
consecutiva no Tour e na luta para ganhar o "cartão de full-membership",
à semelhança de 2012, ano em que venceu a prova e conseguiu. «Tenho boas
memórias do Santo da Serra em vários torneios, em especial a vitória de
2012. É um campo em que me sinto bem e que se adapta ao meu jogo. Também
temos muitos amigos na Madeira, somos sempre muito bem recebidos no
Santo da Serra e por isso é sempre bom voltar», refere o algarvio de 32
anos.
Santos já disputou, este ano, quatro torneios no
principal circuito europeu (joga esta semana o quinto, o Tshwane Open) e
explica como se está a preparar para o open madeirense. «Para além do
jogo comprido, estou a concentrar-me nos ferros curtos de forma a ter o
melhor controlo de distâncias possível e no putt, no meu ponto de vista
é o mais importante no Santo da Serra», explica o Rookie of the year de
2012.
Filipe Lima, o nº 2 português (566º do ranking mundial)
e o jogador melhor classificado na edição passada do Madeira Islands
Open (10º lugar empatado) volta à competição após uma lesão que o
imobilizou parte da época passada. O luso-francês, de 33 anos, já
competiu este ano pela Pro Golf Tour, uma das 3ª divisões do golfe
profissional europeu.
A edição de 2015 do Madeira Islands Open - Portugal- BPI
tem, também, a novidade de João Carlota que se estreia com o estatuto de
profissional, o algarvio foi o nº 1 amador português de 2014. Nos
primeiros meses como profissional conquistou a Carvoeiro Cup, prova do
calendário da PGA Portugal.
Carlota deu assim a sua vez aos amadores Tomás Bessa e
Carlos Laranja. Laranja é um jovem promissor do Clube de Golf do Santo
da Serra, que acabou de fazer 15 anos e tem no seu palmarés o título de
campeão da Madeira. Tomás Bessa, do Clube Golf Miramar, de 17 anos,
venceu o campeonato nacional de pares mistos, com a sua irmã Leonor
Bessa em 2014 e foi 14º do ranking nacional masculino. Este ano já conta
com dois top5 nas provas da FPG.
Tiago Cruz, campeão nacional de profissionais em 2014 e
vencedor da Ordem de Mérito da PGA Portugal, bem como, Gonçalo Pinto que
competem em provas do circuito nacional de profissionais voltam ao
torneio insular em busca da sua sorte.
Pedro Figueiredo, que alcançou três top20 no Challenge
Tour em 2014 e compete pelo circuito nacional de profissionais e João
Pedro Sousa, profissional do Santo da Serra Golf, encerram o grupo que
vai levar as cores nacionais ao palco madeirense.
O Clube de Golfe Santo da Serra e a PGA Portugal têm um
acordo de atribuição de convites, que permite à PGA Portugal poder
enviar os seus melhores jogadores. O acordo possibilitou, por exemplo,
que Melo Gouveia recebesse um convite para jogar o EMC Golf Challenge,
em Itália, e tivesse ganho.
José Correia, presidente da PGA Portugal, explica que a
qualidade de jogo dos jogadores lusos tem aumentado. «Tenho expetativas
altas. Temos jogadores preparados, têm competido bastante nas últimas
semanas. Conhecem bem o Santo da Serra e é uma semana importante para
todos, quer os que têm categoria Challenge tour, como para os que não
têm, caso do João Carlota, do Gonçalo Pinto e do Tiago Cruz. O torneio
envolve muito dinheiro e pode dar-lhes oportunidades e até mudar a vida
deles», sublinha o presidente da PGA Portugal.
Um dos mais belos campos da Europa
O Santo da Serra Golf nasceu em 1937, sendo o campo mais
antigo da Madeira. Mais tarde, em 1991, o famoso arquiteto de golfe
Robert Trent Jones Senior transformou-o em 27 buracos inesquecíveis,
quer pela vertente de competição, como pelas vistas de montanha e mar.
O Santo da Serra oferece uma vista deslumbrante sobre o
Oceano Atlântico, com percursos rochosos e íngremes do campo até o mar,
fairways e greens ondulantes e exigentes. Forrado com mimosas,
eucaliptos e flores exóticas, é um dos campos mais magníficos do
European Tour International Schedule.
11 de Março 2015
Fonte: Gabinete Imprensa Madeira Islands Open
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