Ricardo Melo Gouveia completou hoje a
segunda volta em 68 pancadas, 3 abaixo do Par do traçado desenhado por
Arnold Palmer, e totaliza agora 134 pancadas, 8 abaixo do Par.
O nº1 português e 95º na Corrida para o
Dubai tinha conseguido ontem um resultado de 66 (-5) e partiu para a
segunda volta de hoje no 12º posto (empatado). Desceu para o grupo dos
27º classificados, que inclui mais nove jogadores, entre os quais o
sueco Alex Noren, o único que este ano já conquistou três torneios do
European Tour.
Ser 27º entre 126 jogadores da elite
europeia é uma classificação positiva. Basta dizer que Thomas Pieters,
uma das estrelas da equipa europeia da Ryder Cup há três semanas, passou
o cut “à queima” no 65º posto (empatado), com 138 (-4).
«Nunca tinha estado com tantas pancadas
abaixo ao fim de dois dias. Oito abaixo do Par deixa-me com hipóteses de
fazer um bom resultado no fim de semana. Estou muito contente pela
maneira como o meu jogo evoluiu desde o último torneio e agora é
continuar», disse o português residente em Londres.
A sua melhor participação de sempre no
Portugal Masters aconteceu no ano passado, quando foi 31º, com um
agregado de 5 pancadas abaixo do Par.
Se ontem o profissional do ACP Golfe não
perdeu nenhuma pancada, hoje sofreu o seu único bogey até ao momento, no
buraco 7, o 16º da sua volta.
«Foi o meu único mau swing, na segunda
pancada», elucidou. Em contrapartida, no buraco 14, o 5º da sua volta,
espalhou um pouco de magia no campo, ao salvar o Par-4 com uma segunda
pancada dada com os pés dentro de água, descalço e de calças
arregaçadas, seguindo-se um chip que deixou a bola colada à bandeira!
«Hoje joguei outra vez muito bem. Não meti
tantos putts como ontem, mas estive bem. Estou finalmente a conseguir
fazer este ano um pouco do que já tinha feito no ano passado: poucos
erros e alguns birdies. Estou muito contente», concluiu o nº1 do
Challenge Tour de 2015, que se vê a apenas 2 pancadas do top-10.
Nesta fase da sua carreira, em que já é
membro efetivo do European Tour, em que já esteve no top-100 do ranking
mundial há poucos meses (é atualmente o 161º) e em que se apurou para os
Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, passar o cut deixou de ser
suficiente.
Quando se sente no topo de forma, como
quando chegou há um ano ao torneio algarvio, Ricardo Melo Gouveia não
tem receio de declarar que luta pela vitória nos torneios; e quando se
sente menos bem, como dizia antes do torneio começar, mantém ambições
elevadas, como um top-10 que poderá levá-lo à Final Series do European
Tour.
Pedro Figueiredo o segundo melhor
luso
Ricardo Melo Gouveia foi o único dos oito
portugueses a passar o cut, que se fixou em 4 pancadas abaixo do Par, ou
seja, muito perto do recorde do torneio que foi de -5 em 2011.
O bom tempo e, sobretudo, os roughs muito
mais baixos este ano explicam os resultados de tão elevada qualidade,
com 95 jogadores dos 126 a baterem o Par do campo aos 36 buracos!
Tendo em conta que Filipe Lima (que passou
o cut em 2007, 2009 e 2010) está a competir na China, só Pedro
Figueiredo poderia ter hoje igualado a proeza de Ricardo Melo Gouveia de
passar quatro vezes o cut em Vilamoura.
“Figgy” fê-lo em 2011, 2012 e 2014 e hoje
acabou por ser o segundo melhor português, nesta 10ª edição do Portugal
Masters, mas foi eliminado no 104º lugar com 143 (73+70), +1, empatado
com mais três jogadores, entre os quais o campeão em título do Madeira
Islands Open BPI, on finlandês Roope Kakko.
«Estou a jogar muito melhor do que há uns
meses. É pena que os resultados ainda não espelhem isso», disse Pedro
Figueiredo que, embora preveja que possa vir a competir no próximo
Algarve Pro Golf Tour, ainda não fez planos competitivos para os
próximos tempos:
«Este foi o meu último torneio desta
temporada. Vou sentar-me com a minha equipa e pensar no futuro, pensar
em que circuito irei jogar, porque para o ano não terei o cartão do
Challenger Tour, como nestes últimos dois anos.
«Vou ver quais as opções. Talvez os
torneios de qualificação na Ásia. É uma das possibilidades, mas terei de
ver com calma e a partir daí tomar uma decisão».
Classificação dos outros portugueses
Os outros portugueses terminaram a sua
participação no 10º Portugal Masters nas seguintes classificações:
108º (empatado) Pedro Lencart, 144
(74+70), +2 (amador)
112º (empatado) João Carlota, 145 (75+70),
+3
118º João Ramos, 147 (70+77), +5
123º Tiago Cruz, 151 (76+75), +9
124º Hugo Santos, 152 (73+79), +10
125º Tomás Silva, 153 (74+79), +11
(amador)
Apesar de haver sete portugueses
eliminados, merece destaque o facto de três deles terem conseguido hoje
voltas abaixo do Par, de 70 (-1).
Dois resultados perto do recorde
Hoje foi, aliás, um dia em que houve
resultados ainda mais baixos, com dois jogadores a lograrem fantásticas
voltas de 61 pancadas, 10 abaixo do Par, primeiro pelo escocês Richie
Ramsay e depois pelo inglês Andy Sullivan, ficando ambos a 1 pancada do
recorde do campo, as 60 (-11) de Scott Jamieson em 2013.
Andy Sullivan, que há três semanas
integrou a seleção europeia da Ryder Cup derrotada nos Estados Unidos,
colocou-se assim em posição de tornar-se no primeiro jogador a somar
dois títulos do Portugal Masters.
O campeão de 2015 tinha feito ontem 67
(-4), mais 1 pancada do que Ricardo Melo Gouveia. Com o 61 (-10) de
hoje, ascendeu ao topo da classificação, onde está empatado com o líder
de ontem, o escocês Marc Warren (63+65), ambos com 128 pancadas, 14
abaixo do Par.
«Sabia que precisava de uma grande volta
para aproximar-me dos da frente e se começasse forte, os meus apoiantes
iriam ficar ainda mais do meu lado e poderia usar esse ambiente para
inspirar-me. Funcionou», afirmou o sorridente Andy Sullivan, que tem
aqui 70 sócios do seu clube de golfe da localidade inglesa de Nuneaton,
apelidados de “Sully’s Army”.
Sullivan e Warren são perseguidos a apenas
1 pancada do sueco Jens Fahbring (65+64) e do irlandês Padraig
Harrington (66+63), este último um dos grandes “craques” do 10º Portugal
Masters, com o seu brilhante palmarés de vitórias em três Majors e
quatro Ryder Cups.
Amanhã só se começa a jogar às 11h00
Hoje foi mais um dia de forte afluência de
público em Vilamoura, com 8.944 espectadores a entrarem nos portões.
Amanhã, o início da terceira volta foi
atrasado para as 11h00, embora os portões do Victoria Clube de golfe se
abram logo às 9h00.
O atraso deve-se à previsão de chuva forte
matinal que poderá impedir qualquer jogo em horas demasiado cedo.
Para recuperar terreno, o diretor de
torneio do European Tour, o espanhol José Maria Zamora, optou por fazer
saídas de dois buracos em simultâneo, com grupos de três jogadores.
Press-release
21 de Outubro 2016