Com um total de 261 pancadas,
23 abaixo do Par, depois de voltas em 64, 64, 67 e 66, não bateu o
melhor resultado de sempre na prova que continua a pertencer ao primeiro
campeão, o seu compatriota Steve Webster, que atingiu as 25 abaixo do
Par em 2007.
Contudo, Sullivan deixou o
vice-campeão, o também inglês Chris Wood (que este ano ganhou o Lyoness
Open, na Áustria), a 9 pancadas, a maior vantagem de um vencedor em
Vilamoura, ao mesmo tempo que tornou-se no primeiro jogador a liderar o
torneio do início ao fim (wire-to-wire), encabeçando o leaderboard em
todas as voltas.
O seu registo estatístico de
26 birdies e apenas 3 bogeys foi deveras impressionante e também aqui
fixou um novo recorde, ao ser o campeão do Portugal Masters que menos
pancadas perdeu em quatro voltas, superando os 4 bogeys do inglês Tom
Lewis em 2011. Claro que no ano passado, o francês Alex Lévy não teve
qualquer bogey, mas o torneio resumiu-se a duas voltas.
«É, definitivamente (o título
mais importante da sua carreira) por ter sido obtido na Europa
Continental. É importantíssimo para mim. Espero que não me levem a mal,
porque ganhar na África do Sul (primeiro no Open nacional e depois no de
Joanesburgo) foi incrível. Foi a minha primeira vitória (Open da África
do Sul) e irei lembrá-la para sempre. Mas há sempre dúvidas sobre se um
jogador é capaz de ganhar na Europa e eu estou encantado de ter colocado
um ponto final nessa interrogação. Ganhar um evento com este prestígio é
inacreditável», disse Sullivan, na conferência de Imprensa, depois de
somar o seu terceiro título do ano no European Tour.
É apenas a sétima vez na
história do European Tour que um jogador vence os seus três primeiros
títulos na mesma época e este ano Andy Sullivan é o único a poder
orgulhar-se desse feito, deixando atrás de si grandes figuras do golfe
mundial com “apenas” dois troféus da primeira divisão europeia: o
norte-americano Jordan Spieth (Masters e US Open), o norte-irlandês Rory
McIlroy (Omega Dubai Desert Classic e Cadillac Match Play
Championship/WGC), os sul-africanos George Coetzee (Open das Maurícias e
Tshwase Open) e Branden Grace (Alfred Dunhill Championship e Masters do
Qatar), o indiano Anibarn Lahiri (Open da Malásia e Open da Índia) e o
inglês Danny Willett (Nedbank Golf Challenge e Omega European Masters,
na Suíça).
A vitória de hoje elevou Andy
Sullivan, o mais sorridente de todos os campeões do Portugal Masters, ao
top-50 do ranking mundial, ao 15º lugar da Corrida para o Dubai do
European Tour e ao 6º do ranking europeu da Ryder Cup. Por outras
palavras, vai entrar diretamente nos mais importantes torneios do Mundo,
incluindo Majors.
Na cerimónia de entrega de
prémios, depois de receber o cheque de 333.330 euros (o maior da sua
carreira), Sullivan agradeceu aos patrocinadores em geral e ao Turismo
de Portugal em particular, elogiando «o esforço de Portugal em montar um
torneio deste nível, quando são conhecidas as dificuldades que o país
atravessa».
Antes, já António Pires de
Lima se tinha antecipado a esta questão. No seu discurso bilingue, que
agradou aos milhares de estrangeiros presentes (26.652 espectadores em
cinco dias de prova), o ministro da Economia disse que
«independentemente do Governo que Portugal vier a ter em poucas semanas,
não há razão nenhuma para que um evento tão importante para o país não
tenha um acordo plurianual com o European Tour».
Já na véspera, em entrevista à
SportTV, David Williams, o presidente do Conselho de Administração do
European Tour (“chairman”), tinha garantido que «em 2016 iremos celebrar
os dez anos de Portugal Masters», confirmando que o Turismo de Portugal
irá manter o apoio.
Daí que o diretor de
campeonatos do European Tour e também diretor do Portugal Masters, Peter
Adams, tenha convidado «todos a regressarem para o ano, pois temos
planeada uma grande festa para o décimo aniversário».
A cerimónia de entrega de
prémios foi bastante concorrida e contou com as seguintes presenças:
António Pires de Lima (ministro da Economia), Vítor Aleixo (presidente
da Câmara Municipal de Loulé), João Cotrim de Figueiredo (presidente do
Turismo de Portugal), Manuel Agrellos (presidente da Federação
Portuguesa de Golfe), Desidério Silva (presidente do Turismo Algarve),
Carlos Luís (presidente da Associação de Turismo do Algarve), Arnaldo
Paredes (representante da Secretaria de Estado da Juventude e Desporto),
David Williams (presidente do European Tour), Chris Howell (presidente
do Grupo Oceânico), Christopher Stilwell (presidente-executivo da
Oceânico Golf), Peter Adams (diretor de campeonatos do European Tour) e
José Maria Zamora (diretor de torneios do European Tour).
A manutenção do Portugal
Masters é fundamental para o turismo português mas também para os
jogadores portugueses e, como costuma salientar Manuel Agrellos, o
presidente da FPG, nunca deveremos esquecer que «este é, sobretudo, um
evento desportivo».
Em nove anos de Portugal
Masters, só por uma vez não houve portugueses a passarem o cut e este
ano foram dois. Ricardo Melo Gouveia confirmou em Vilamoura que é o
melhor golfista luso da atualidade.
“Melinho” poderá não ter ganho
(ainda) o título com que sonha e também não foi desta que um português
ficou no top-10, mas como o próprio algarvio de 24 anos sublinhou, o 31º
lugar empatado que alcançou tem boas consequências, muito para além do
prémio 15.800 euros.
«Esta classificação é muito
boa porque, penso, os 35 primeiros contam para o ranking mundial e para
o ranking olímpico e ainda não estou apurado (para os Jogos do Rio). Na
última vez que olhei para a classificação estava em 39 e vão (aos Jogos
Olímpicos) os primeiros 60», disse o nº2 do ranking do Challenge Tour,
que totalizou 279 pancadas, 5 abaixo do Par, com voltas de 71, 68, 72 e
68. O seu final de prova foi emocionante, com 2 birdies a fechar nos
seus dois últimos buracos (8 e 9).
Quanto ao triplo campeão
nacional amador, Tomás Silva, acabou por viver o seu pior dia no
torneio, em 75 pancadas (+4), mas, mesmo assim, concluiu no 68º lugar,
com 287 (71+68+73+75), as mesmas 3 acima do Par do irlandês Paul Dunne
que este ano surpreendeu toda a gente ao liderar o British Open na
entrada para a última volta!
Dunne deve ter ficado radiante
de já ser profissional e de Tomás Silva ser amador. Assim, o português
não ganhou prémio monetário e foi o irlandês a embolsar os 4 mil euros.
Tomás Silva, por seu lado,
pouco pensou no dinheiro que perdeu por ser amador e garantiu que em
2016 irá continuar com esse estatuto para ganhar experiência, ao mesmo
tempo que conclui os estudos universitários.
E por falar em experiência, a
que viveu em Vilamoura foi inolvidável: «É simplesmente fantástico andar
aqui no meio destes jogadores, no meio da multidão, dar bons shots e
ouvir palmas, ou então não dar bons shots e ouvir aqueles uhuhuhus. Foi
uma semana muito divertida, embora tenha jogado mal nestes dois últimos
dias saio daqui com um sorriso nos lábios».
Com um sorrido nos lábios
andou Andy Sullivan todos os dias e foi também com muito agrado que
Peter Adams anunciou aos milhares presentes no Oceânico Victoria que «o
Portugal Masters angariou este ano 20 mil euros para a SIC Esperança».
Press-release
18 de Outubro 2015