«É sem dúvida nenhuma a minha vitória mais
importante, porque é o meu primeiro título profissional e estou
orgulhosa dele», disse Karolin Lampert, que partiu para a última volta
com 4 pancadas de atraso, uma vantagem que parecia confortável para a
inglesa Emma Goddard, a líder dos dois primeiros dias. Para mais,
tratando-se de uma jogadora da Primeira Divisão europeia, o Ladies
European Tour (LET).
«Era um situação difícil, recuperar 4
pancadas, mas ela “drivou” para fora de limites no buraco 2 e eu pensei
que talvez ela estivesse a ficar um pouco nervosa. Nestas condições, é
preciso ser-se muito paciente, ela perdeu um pouco o seu jogo e eu fui
capaz de fazê-lo, de jogar o meu jogo, mas foi uma luta o dia todo»,
acrescentou a jogadora que, enquanto amadora, integrou «durante seis
anos a seleção alemã» e obteve resultados de relevo, com vitórias nos
Campeonatos Internacionais da Alemanha, Espanha, França (em sub-18), no
Europeu de Clubes, foi vice-campeã mundial por equipas e convocada para
a Junior Solheim Cup em 2013 ao serviço da seleção da Europa.
Emma Goddard, a anterior líder, viveu um
pesadelo
A irmã do profissional de golfe Moritz
Lampert teve razão em salientar a derrocada da sua adversária mais
direta porque Emma Goddard fez 1 duplo-bogey no 2, 1 bogey no 3 e 1
triplo no 6 para perder claramente o comboio. Terminou com uma
frustrante volta de 80 (+8), que a deixou com um agregado de 217
pancadas, 1 acima do Par, empatada no 3º lugar com a brasileira Victoria
Lovelady, a cazaque Jamila Jaxaliyeva e a amadora espanhola Luna Sobrón.
O desastre de Emma Goddard permitiu à
finlandesa Krista Bakker ascender ao 2º lugar, graças à melhor volta do
dia, em 68 pancadas, 4 abaixo do Par. Foi, aliás, a única das 29
jogadoras que passaram o cut a bater o Par-72 do campo e embolsou 3.333
euros.
Karolin Lampert, por seu lado, recebeu um
cheque de 4.834 euros, mas, mais do que isso, ao vencer no Açores Ladies
Open qualificou-se para o WPGA International Challenge, na próxima
semana, em Inglaterra, o último torneio do LETAS em 2015. «Não tinha
entrada e estou mesmo contente de ter-me qualificado para poder competir
mais antes da Escola de Qualificação em dezembro», disse a alemã do St.
Leon Rot Golf Club, onde há duas semanas se realizou a Solheim Cup.
Valeu a pena a espera de várias horas,
dada a interrupção da última volta devido à chuva que alagou o campo: «A
minha opinião é que poderíamos voltar a jogar se o campo estivesse
jogável e se estivesse justo. Eu acho que estava. Houve muitos
greenkeepers a ajudarem no campo, mas, é verdade, acabou por ser um dia
muito longo. Creio que estamos todas contentes por termos terminado as
três voltas. Acho que foi uma boa decisão. Nem sempre as jogadoras
gostam de jogar em dias destes, mas acho que nos tornamos mais fortes
depois disto».
Superar 14 cuts falhados consecutivamente
Superar dificuldades não é algo de
estranho a Karolin Lampert. Depois de uma belíssima carreira amadora,
passou a Escola de Qualificação do LET em finais de 2013, competiu no
ano passado na Primeira Divisão europeia, mas, entretanto, perdeu o
cartão para 2015. Ainda jogou quatro torneios do LET esta época e falhou
o cut em todos. Desceu ao LETAS e voltou a não passar um único cut em 10
torneios na Segunda Divisão, para, finalmente, despontar nos Açores.
«Tenho vindo a trabalhar no duro, mudei de
treinador há dois meses, fiz algumas coisas diferentes, o meu novo
treinador acredita em mim e estava a dizer-me que estava na hora, porque
tinha ficado muito contente com as minhas duas primeiras voltas. Quando
passei o cut, o primeiro deste ano, disse-me para continuar, disse-me
que sabia que eu conseguiria porque ganhei alguns torneios quando era
amadora e senti-me confortável nesta situação de estar no último grupo»,
sublinhou.
Depois de ser tão bem sucedida nos dois
principais torneios portugueses femininos, é impossível não sentir uma
relação especial com o nosso país: «Adoro vir a Portugal, passamos
muitas férias cá e gosto do ambiente neste país».
Cerimónia de entrega de prémios
Na cerimónia de entrega de prémios
estiveram Diana Valadão (Ilhas de Valor), Diana Barnard (LETAS), Nuno
Mimoso (Federação Portuguesa de Golfe), Carlos Raulino (Clube de Golfe
da Ilha Terceira), José Carmona Santos (Stream Plan) e as jogadoras
Karolin Lampert (campeã), Krista Bakker (vice-campeã) e Luna Sobrón (a
melhor amadora).
O evento teve o alto patrocínio do Governo
Regional dos Açores. O promotor nacional é a Stream Plan, empresa que
encerra nos seus quadros e em parcerias diretas uma vasta equipa com
grande experiencia na organização de eventos desportivos (Volta a
Portugal em Bicicleta, Volvo Ocean Race, Rali Dakar, Campeonatos do
Mundo de Vela, Troféu de Portugal TP52, Lisbon Grand Prix Offshore, WCT
Figueira Pro, etc.).
Em golfe, alguns dos seus elementos foram
responsáveis ou colaboraram, para além das edições anteriores do Açores
Ladies Open, na realização de mais de 30 eventos do European Tour,
incluindo o Open de Portugal, Estoril Open, Madeira Islands Open e
Brazil Open e ainda inúmeros eventos do European Challenge Tour, Ladies
European Tour e European Seniors Tour.
A organização esteve ainda a cabo do Clube
de Golfe da Ilha Terceira e da Azores Golf Islands / Ilhas de Valor –
entidade que tem acompanhado a promoção e organização do evento desde a
sua origem, contando também com a chancela da PGA de Portugal
(associação nacional de profissionais de golfe) e da Federação
Portuguesa de Golfe, organismo máximo do golfe nacional.
O 5º Açores Ladies Open contou ainda com
os apoios da SATA, Vista Alegre, Panazorica e Hotel Angra Garden.
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5 de Outubro 2015
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