Um resultado que partilha com outros seis
jogadores, entre os quais o sueco Alex Noren, o único que este ano
conquistou três títulos na primeira divisão europeia.
A melhor classificação de sempre de um
português no Portugal Masters foi o 16º lugar (empatado) de Ricardo
Santos em 2012, enquanto o melhor resultado de sempre de um golfista
nacional foram as 14 pancadas abaixo do Par de Pedro Figueiredo em 2011,
quando terminou no 23º posto.
Ricardo Melo Gouveia está a apenas 8 posições
do 16º de Ricardo Santos e somente a 3 pancadas dos -14 de Pedro
Figueiredo.
Se pensarmos que ainda tem 18 buracos pela
frente e que nos três dias anteriores assinou voltas de 66 (-5), 68 (-3)
e 68 (-3), não é completamente impossível atingir esse duplo recorde.
«O objetivo continua a ser o top-10. Amanhã é
outro dia, estou a jogar bem e queria agradecer a toda as pessoas que
estiveram a apoiar-me. Isso é importante nos momentos menos bons, como
nos dois últimos buracos de hoje».
O nº1 português, 95º europeu e 161º do ranking
mundial falava aos jornalistas diante de uma multidão de crianças que
foi esperá-lo ao final da sua volta de hoje para pedir-lhe autógrafos,
não se cansando de gritar «Melinho».
Os momentos menos bons a que se referiu foram
os dois bogeys com que terminou a volta de hoje, depois de 16 buracos de
grande nível, nos quais assinou 5 birdies e chegou, uma vez mais, pela
terceira vez neste torneio, a andar provisoriamente no top-10.
«Até ao segundo shot do 17 estava a jogar
muito bem e o resultado não mostra aquilo que joguei e aquilo que tenho
vindo a jogar. No 17 tinha que dar um bom ferro-3 e acabei por falhar um
bocadinho à direita. A bola acabou por ir mais curta e caiu dentro de
água. No buraco 18 a opção (do approach) foi a correta. O que falhou foi
a opção por aquele taco. Deveria ter jogado um ferro-9 ou um ferro-8
para a bola rolar mais. Assim, a bola bateu na lomba e morreu. O shot de
saída também não ajudou porque foi parar ao bunker», explicou.
O 24º posto que ocupa não chega para
qualificar-se para o Turkish Airlines Open da Final Series do European
Tour.
Se o Portugal Masters acabasse agora, o
português residente em Londres subiria apenas para o 94º lugar da
Corrida para o Dubai. Precisa mesmo de um top-10.
Uma das curiosidades desta terceira volta de
hoje foi Anders Hansen ter assumido o comando da prova.
O dinamarquês de 46 anos poderá tornar-se
amanhã no mais velho campeão do European Tour em 2016 e no mais idoso de
sempre no Portugal Masters. Estranhamente, há um ano anunciou aqui
mesmo, no Algarve, a sua entrada para a reforma.
Há 12 meses, o seu caddie em Vilamoura era
Nick Mumford, o inglês que agora puxa o saco de… Ricardo Melo Gouveia.
Anders Hansen fez o melhor resultado do dia e
igualou a melhor marca da sua carreira, com 62 pancadas, 9 abaixo do
Par, para ficar com um total de 195 (-18).
Nos dias anteriores, o dinamarquês entregara
cartões de 67 e 66, pelo que, sem pressão, tem vindo sempre a melhorar
de dia para dia.
O resultado de 195 (-18) é o mesmo do
finlandês Mikko Korhonen, no seu caso com voltas de 64, 67 e 64, e
iguala o recorde do torneio para 54 buracos, estabelecido no ano passado
pelo campeão em título, o inglês Andy Sullivan.
Os dois líderes estão, contudo, em situações
bem diferentes.
Korhonen é o 116º na Corrida para o Dubai e
precisa mesmo de um grande resultado amanhã para conseguir entrar no
top-100 e manter-se na primeira divisão europeia em 2017.
«Vai ser a primeira vez na minha carreira que
irei jogar num último grupo (o dos líderes). Por isso, estou
entusiasmado e só espero ser capaz de dormir bem», comentou o finlandês
que, ainda por cima, irá jogar ao lado de dois jogadores de enorme
palmarés.
Com efeito, Anders Hansen tem 3 títulos no
European Tour e outro no Sunshine Tour e entre os seus troféus europeus
contam-se dois do BMW PGA Championship, em Wentworth, o chamado
“evento-bandeira” do European Tour.
Foi ainda 3º classificado tanto num Major como
num dos World Golf Championships.
Mas o outro parceiro do grupo é ainda mais
impressionante, pois trata-se do irlandês Padraig Harrington, campeão de
3 Majors e de 4 Ryder Cups. “Paddy” é o 3º classificado (66+63+67) a
apenas 1 pancada dos líderes.
Ao olhar-se para o topo da classificação, a
questão que se levanta é como é que Anders Hansen está a jogar se entrou
para a reforma exatamente no Portugal Masters de 2015?
A explicação é simples. O European Tour
permitia que o top-40 dos jogadores que mais prémios monetários tivessem
embolsado nas suas carreiras pudesse jogar sempre que lhes aprouvesse (à
exceção de Majors, World Golf Championships e Final Series).
O dinamarquês sabia que em qualquer altura
poderia matar saudades, pois é o 26º desse ranking. Simplesmente, a
norma sofreu uma adenda e essa isenção só se mantém para quem disputar
um mínimo de cinco torneios por ano.
Ora Hansen tinha apenas quatro em 2016 e para
manter esse privilégio viu-se forçado a competir no 10º Portugal
Masters.
Em boa hora tomou essa decisão e amanhã
“arrisca-se” a levar para casa um complemento de reforma de 333.330
euros!
«Hoje não tinha qualquer estratégia. O meu
objetivo era só ir para o campo e dar bons shots. Isto não muda os meus
planos, não vou sair da reforma, estou feliz com a minha vida, mas como
mudaram a regra vim cá jogar», disse o veterano que está a competir no
seu 424º torneio do European Tour, tendo concluído 1499 voltas de stroke
play!
Press-release
22 de Outubro 2016