As suas 269 pancadas, 1 abaixo do Par do Victoria Clube de Golfe são o
melhor resultado de sempre de um português na prova algarvia, superando
as 14 abaixo do Par de Pedro Figueiredo em 2011.
O outro recorde nacional que o nº1 português perseguia, o da melhor
classificação de sempre, é que não foi possível e continuará nas mãos de
Ricardo Santos, com o seu 16º lugar em 2012.
Contudo, o 22º posto (empatado) de Ricardo Melo Gouveia é a terceira
melhor classificação de sempre de um português, depois do tal 16º lugar
de Ricardo Santos e do 21º obtido por Filipe Lima em 2007.
Será que o representante do Team Portugal liga muito a este feito? Nem
por isso. Basta dizer que só soube do seu novo recorde nacional quando
foi interpelado pela equipa de reportagem da Sky Sports.
Em contrapartida, deu muito mais relevância ao facto de ter reencontrado
o seu bom golfe: «Ao longo da semana joguei muito bem e foi uma evolução
muito grande desde o último torneio. O meu objetivo era terminar nos 10
primeiros, mas estou bastante contente com a maneira como joguei e com a
minha atitude. Como já disse, foi uma grande evolução e estou no bom
caminho. Sinto-me ótimo, mas não totalmente satisfeito».
Uma vez mais, pela terceira vez neste Portugal Masters, Ricardo Melo
Gouveia andou no top-10 e chegou ao buraco 13 com uma excelente
prestação de 6 abaixo do Par na última volta e de -17 no agregado.
Foi nessa altura que o 13 foi mesmo o número do azar, ao sofrer 1
duplo-bogey, que lhe retirou as hipóteses de um top-10 e,
consequentemente grande parte das chances de tornar-se no primeiro
português a qualificar-se para a Final Series do European Tour.
Os 28.800 euros que embolsou, convertidos em pontos, permitiram-lhe
subir do 95º ao 92º lugar da Corrida para o Dubai, mas só o top-70 irá
qualificar-se para o Turkish Airlines Open, daqui a duas semanas.
“Ricky” tem agora de sonhar com muitas desistências para poder entrar no
milionário evento turco.
«Tive um buraco menos bom no 13, isso quebrou-me um bocado o ritmo do
jogo e depois foi complicado acabar a fazer mais birdies», lamentou-se.
Ricardo Melo Gouveia marcou o 10º Portugal Masters e foi também marcado
por ele, até porque, durante muitos anos, foi jogador do Clube de Golfe
de Vilamoura: «A receção no buraco 18 foi a maior que tive desde que
jogo o Portugal Masters, foi ótimo sentir esse amparo incondicional,
sentir o carinho do público. Este ano estive em muitos torneios em que
apareceram sempre dois ou três portugueses. No Médio Oriente e em sítios
onde não estava à espera, mas esta semana é muito diferente. Estamos em
Portugal e é excelente sentir todo este apoio».
Quem não é português mas também já representou em tempos a Oceânico
Golf, recebeu um enorme amparo de grande parte dos 9.484 espectadores
que entraram hoje pelos portões do Victoria Clube de Golfe foi Padraig
Harrington, ao ponto de dizer na conferência de Imprensa que sentiu-se a
jogar «na casa fora de casa».
“Paddy” já jogou o Open de Portugal em vários campos, a Taça do Mundo
neste mesmo percurso desenhado por Arnold Palmer e foi a sua sexta
participação no Portugal Masters, onde tinha sido 3º em 2009.
Estava, pois, na hora de vencer em Portugal, um país que lhe cai bem e
onde vem jogar «desde os tempos de amador, em 1999».
Foi uma última jornada emocionante, com várias trocas de líder e tudo
decidiu-se apenas no último putt, no último buraco, do último grupo. Com
Andy Sullivan, o campeão do ano passado, a ver na televisão o que se
passava, à espera de um deslize de Harrington para ir a play-off, mas a
acabar por testemunhar um fantástico chip e putt vitorioso do seu
rival.
As 261 pancadas, 23 abaixo do Par da vitória de Harrington, igualaram o
recorde do torneio para 72 buracos que Sullivan tinha carimbado no ano
passado.
No caso de Harrington, foi alcançado com voltas de 66, 63, 67 e 67,
batendo por 1 única pancada Sullivan, que agregou cartões de 67, 61, 69
e 65.
O sorridente inglês Sullivan obteve a melhor classificação de sempre de
um campeão do Portugal Masters no ano em que defendia o título. O
irlandês Harrington tornou-se no mais velho campeão de sempre do evento
algarvio, com 45 anos. Foi também o segundo irlandês depois de Shane
Lowry em 2012.
«Este ano ainda não tinha ganho nada e o ano está quase a acabar. Por
isso, é importante para continuar a ter pelo menos um título por ano»,
disse, depois de embolsar 333.330 euros de prémio e de ascender ao 43º
lugar na Corrida para o Dubai. Note-se que Harrington estava no 97º
posto na semana passada, ou seja, 2 posições atrás de Ricardo Melo
Gouveia, e num ápice colocou-se em posição de qualificar-se não só para
a Final Series (e isso está assegurado) como também para o DP World Tour
Championship, reservado ao top-60 deste ranking europeu.
Muito se tem escrito sobre ser o primeiro título de Harrington no
European Tour desde 2008, mas ele frisou bem que é apenas o seu primeiro
título do ano. Em 2015 venceu no PGA Tour, o mais relevante circuito
internacional, e em 2014 e 2010 triunfou no Asian Tour.
A sua carreira é impressionante, com 30 títulos internacionais, somando
todos os circuitos. Só do European Tour são agora 15 e é o primeiro
campeão do Portugal Masters a deter o estatuto de Major champion, pois
ganhou o British Open em 2007 e 2008 e o PGA Championship em 2008, para
além de quatro presenças de sucesso na Ryder Cup.
O Portugal Masters já tinha um campeão que foi na sua carreira nº1
mundial, o inglês Lee Westwood em 2009. Agora tem um vencedor de títulos
do Grand Slam.
Numa semana em que voltou a haver uma boa afluência de público – 34.348
espectadores – o Portugal Masters contribuiu também com mais de 22 mil
euros para a EDGA, a Associação Europeia de Golfe para Deficientes. E
David Williams, o presidente do European Tour, anunciou que está
garantida a 11ª edição, um mês mais cedo, de 21 a 24 de setembro.
Press-release
23 de Outubro 2016