O líder, no final da
segunda volta, continua a ser o francês Alexander Lévy, que hoje
(Sábado) nem teve de dar uma única pancada, uma vez que tinha sido um
dos raros seis jogadores a terminarem ontem (sexta-feira) os 36 buracos.
“Figgy” e “Melinho”
foram os únicos portugueses a qualificarem-se para a última jornada, que
tem início marcado para as 9 horas, embora as previsões de mau tempo
possam continuar a fustigar a prova e a prejudicar o normal desenrolar
do programa.
Hoje houve nova
interrupção entre as 12h42 e as 15h00, uma vez mais devido a trovões e
relâmpagos, que transformam os tacos em autênticos para-raios. Contudo,
o pior dos cenários foi evitado.
E o pior dos cenários
seria nem ter sido possível concluir a segunda volta. Desta forma, com
todos os jogadores a competirem 36 buracos, o torneio já é homologado,
mesmo que não seja possível jogar-se amanhã todos os 18 buracos finais.
Recorde-se que, em
Portugal, desde o novo milénio, já houve três torneios do European Tour
reduzidos para apenas 36 buracos (duas voltas): o Algarve Open de
Portugal de 2002 em Vale do Lobo, a Algarve World Cup in Portugal/World
Golf Championships em 2005, neste mesmo Oceânico Victoria Golf Course e
o Madeira Islands Open BPI deste ano.
Pedro Figueiredo
em grande
Pedro Figueiredo
continua a ser o melhor português e passou o cut no Portugal Masters
pela terceira vez na sua carreira mas apenas pela primeira desde que
passou a profissional no verão do ano passado.
O campeão nacional de
2013 tinha-o feito em 2011 e 2012 como amador e está, sem dúvida, a
jogar o seu melhor golfe da época.
Hoje só teve de jogar
quatro buracos e meio e chegou a ameaçar entrar na última volta no
top-ten, quando somou o seu 10º birdie do torneio no Par-3 16, repetindo
o resultado da véspera. Mas 1 duplo-bogey no 18 fê-lo cair do 14º posto
empatado para o grupo dos 30º classificados, empatado com mais dois
jogadores com 136 pancadas, 6 abaixo do Par, após rondas de 67 e 69.
«Senti que joguei
muito bem estes dois dias. Há algum tempo que não batia assim tão bem na
bola e também “patei” bem», disse o profissional do Quinta do Peru Golf
& Country Club, de 23 anos (ver declarações completas em anexo).
Chip-in mágico de
Melo Gouveia
O segundo melhor
português continua a ser Ricardo Melo Gouveia, em 58º empatado, com 3
pancadas abaixo do Par, entregando cartões de 70 e 69 pancadas.
“Melinho” viveu um
dia de sobressaltos. Com a linha do cut a tornar-se cada vez mais
difícil, ao ponto de fixar-se em 3 pancadas abaixo do Par, o algarvio de
23 anos partiu para esta segunda volta com -1 e colocou-se em boa
posição, quando carimbou birdies nos buracos 2 e 9.
Apesar disso e de «há
muito tempo não jogar tão bem», os putts não entravam «e foi sofrer até
ao fim», porque 1 bogey no 13 deixou-o provisoriamente eliminado. Foi
preciso um genial chip-in «de 7 metros» para arrancar o precioso birdie
no 17 que lhe deu o tão desejado passaporte para a última volta de
amanhã.
«Aquela pancada no
buraco 17 foi um momento único. Já não fazia um chip-in há imenso tempo.
Já nem me lembro. E logo nesta altura que precisava de um birdie… foi
único», disse o jogador .
Melo Gouveia continua
à procura de um campo português que queira apoiá-lo, depois de ter-se
tornado profissional em julho e de ter ganho um torneio do Challenge
Tour na semana passada.
O terrível buraco 18
de Ricardo Santos
Se Ricardo Melo
Gouveia viveu um dia de sobressaltos, o outro Ricardo, o mais famoso, o
Santos, ficou pelo caminho, no 68º posto empatado, com 2 abaixo do Par,
após voltas de 71 e 69.
Tal como “Figgy” e “Melinho”,
arrancou hoje um 69 (-2), mas no seu caso não foi suficiente.
O melhor golfista
português de sempre partiu a Par do campo e sabia que precisava de
birdies para se apurar para amanhã, mas também tinha consciência da
necessidade de não perder pancadas pelo caminho.
Havia que arriscar
sem ser em demasia, para evitar o erro. Com birdies no 2, 10 e 12
colocou-se dentro do cut, o outro que conseguiu no 15 deixou-o mais
descansado, mas ainda tinha pela frente o terrível buraco 18.
Pelas estatísticas do
European Tour, foi o buraco mais difícil do campo, com 4,3 pancadas de
média (Par-4).
Ora o vice-campeão
nacional não tem sido nada feliz neste buraco e isso poderá ter elevado
os níveis de ansiedade.
Tinha razões para
tal. Afinal, foi neste belo buraco, com obstáculo de água lateral à
esquerda que Ricardo Santos tinha carimbado 4 bogeys e apenas 1 birdie
nos últimos cinco anos.
Um deles foi na
primeira volta deste ano e outro, bem custoso, o que o levou a falhar o
cut por 1 pancada em 2011.
Hoje, o profissional
da Oceânico Golf sofreu ali 1 duplo-bogey, caiu logo de -4 para -2 e
pela segunda vez em quatro anos foi eliminado por 1 shot!
«Nunca esperei dar
aquele tee shot. Até me sentia bem e confortável. Nos treinos nunca
mandei uma bola parecida com aquela. Nenhuma delas saiu para a esquerda.
O tee shot saiu em draw acentuado, cruzou o fairway ali na ponta e foi
para a água. A opção era meter a bola no fairway ou no rough para a
direita, mas falhei completamente aquilo que queria e foi para o pior
sítio. Depois foi um shot difícil ao green, com ferro-4, que me deixou
um putt bastante comprido», disse o vice-campeão nacional (ver
declarações completas em anexo).
O Portugal Masters
era uma boa hipótese para Ricardo Santos garantir desde já a manutenção
no European Tour em 2015. Agora, restam-lhe duas hipóteses até ao final
da época: os próximos torneios de Hong Kong, na China, e de Perth, na
Austrália.
Mais cinco
portugueses afastados
Um ano depois de o
Portugal Masters não ter tido, pela primeira vez, nenhum português a
passar o cut, é uma boa notícia que Pedro Figueiredo e Ricardo Melo
Gouveia continuem em prova, uma coincidência curiosa por o jogador de
Azeitão estar esta semana alojado na residência do algarvio.
Mas, mesmo assim,
houve más notícias para Ricardo Santos e outros cinco portugueses que
ficaram pelo caminho.
A classificação e os
resultados dos portugueses, aos 36 buracos, foi a seguinte:
30º (empatado) Pedro Figueiredo (Portugal / Meo Team), 136 (67+69), -6.
58º (empatado) Ricardo Melo Gouveia (Portugal / Srixon), 139 (70+69),
-3.
68º (empatado) Ricardo Santos (Portugal / Oceânico Golf), 140 (71+69),
-2.
97º (empatado) Tiago Cruz (Portugal / Banco BIG), 143 (73+70), +1.
101º (empatado) Hugo Santos (Portugal / Ping), 144 (70+74), +2.
101º (empatado) João Carlota (Portugal / FPG), 144 (73+71), +2 (amador).
101º (empatado) Tomás Silva (Portugal / FPG), 144 (72+72), +2 (amador).
118º Gonçalo Pinto (Portugal / Hilti), 151 (79+72), +9.
Aléxander Lévy
comanda à distância
O francês Aléxander
Lévy continua a liderar o torneio… à distância, pois teve um dia sem
jogar e ficou a treinar e a ver se algum rival conseguiria aproximar-se
do seu excelente resultado de 18 abaixo do Par, depois de voltas de 63 e
61.
Apesar de se estar a
jogar com colocação de bola no fairway – o que impede a homologação de
recordes – não deixa de ser o melhor resultado de sempre na história do
Portugal Masters aos 36 buracos, superando os 15 abaixo do Par do
italiano Francesco Molinari na edição de 2009.
O belga Nicolas
Colsaerts, o líder da primeira volta, concluiu a sua segunda volta hoje
e continua no 2º lugar, a 3 pancadas de distância, com 127 (-15).