«Nunca me apanharão a dizer nada de mal de Portugal.
Em primeiro lugar, tem ótimas ondas, eu adoro o oceano, e tem sempre
bons campos de golfe. Uma das melhores coisas de Portugal são as
pessoas, pelo modo como tratam e recebem quem os visita», disse o
sul-africano de 34 anos, que ganhou o torneio que queria ter no seu
palmarés «desde 2010».
Após
três top-10’s em participações anteriores no mais importante torneio
de golfe português (3.º em 2011, 6.º 2012 e 7.º em 2017), George
Coetzee somou aqui o seu quinto título do European Tour e o primeiro
desde 2018, mas, atenção, é um profissional que participa igualmente
noutros circuitos e há exatamente oito dias tinha-se imposto na sua
terra natal, num torneio do Sunshine Tour. «Estou muito surpreendido
de vencer em duas semanas seguidas», acrescentou o jogador que
totalizou 268 pancadas, 16 abaixo do Par, após voltas de 66, 70, 66
e 66, embolsando um prémio de 156.825 euros, do total de um milhão
que esteve em jogo no Dom Pedro Victoria Golf Course.
George Coetzee, sempre sorridente, avisou logo que
amanhã vai «procurar uma praia para surfar, talvez não no Algarve,
mas onde as ondas forem melhores», nada preocupado com o acidente de
2015, quando partiu um pé a fazer surf em Bali, dias depois de
celebrar um top-10 num Major, um bom 7.º lugar no PGA Championship
em Whistling Straights.
O primeiro sul-africano a vencer o Portugal Masters
bateu por 2 pancadas o inglês Laurie Canter, autor de voltas de 64,
72, 68 e 66, arrecadando 101.475 euros. A grande figura do torneio
foi, sem dúvida, o inglês Tommy Fleetwood e o n.º16 do ranking
mundial reencontrou a sua forma, terminando em 3.º (cartões de 68,
71, 68 e 64), a 3 pancadas do campeão, empatado com o sueco Joakim
Lagergren (69+69+68+65), recebendo cada um 52. 121 euros.
O melhor português foi Ricardo Melo Gouveia pela
sexta vez na sua carreira. O alteta olímpico terminou no grupo dos
36.º classificados, com 280 pancadas, 4 abaixo do Par, após rondas
de 69, 72, 69 e 70, garantindo um prémio de 5.904 euros. Melo
Gouveia esteve na luta por um top-20 até ao último buraco, onde a
pancada de saída foi parar à água, custando-lhe um duplo-bogey. «De
onde venho e com a quantidade de competição que tenho vindo a ter, é
difícil chegar aqui e fazer um grande resultado, mas o ritmo
competitivo está a melhorar, vou ter mais duas, três semanas e o meu
jogo irá melhorar cada vez mais», disse Ricardo Melo Gouveia, que já
foi 5.º em 2017, mas que sentiu uma quebra de forma durante todo o
ano de 2019 e em 2020 pouco tem competido.
Ricardo Santos encerrou a prova no grupo dos 50.º
posicionados, a sua segunda melhor classificação de sempre, depois
do 16.º lugar de 2012, desta feita com 282 pancadas, 2 abaixo do
Par, somando resultados de 69, 71, 72 e 70, que assegurou-lhe um
prémio de 3.390 euros. O birdie no último buraco, o seu segundo
birdie da semana no 18, mostra que um dos aspetos mais positivos
desta sua prestação foi ter acertado contas com esse mesmo buraco: «Esses
fantasmas que eu tinha, no 18 e também alguns no 7, foram
ultrapassados esta semana. Espero também ultrapassar outros para
melhorar em todos os aspetos e voltar mais forte no próximo ano.
Saio daqui com a sensação de que o meu jogo está relativamente
sólido».
Tomás
Bessa, que chegou a andar no top-30 a meio da prova, fechou a
contagem no 64.º lugar, empatado com dois jogadores, entre os quais
campeão do ano passado, o inglês Steven Brown. O campeão nacional
totalizou 285 pancadas, 1 acima do Par, depois de voltas de 68, 70,
75 e 72, equivalente a um cheque de 2.214 euros. Não conseguiu um
agregado abaixo do Par como desejava, mas nem por isso deixou de
apreciar o recorde pessoal: «É um momento muito alto, é a primeira
vez que passo o cut num torneio do European Tour. Obviamente que
sonho com mais e melhor, e quero fazer já melhor na próxima semana
no Open de Portugal. Sinto que tenho hipóteses de fazê-lo porque o
meu jogo está a ficar melhor e, com a experiência que tive neste fim
de semana, certamente que saberei gerir melhor da próxima vez que me
deparar com esta situação».
Os três jogadores portugueses que passaram o cut e o
campeão do Portugal Masters prosseguem todos para o Open de Portugal
at Royal Óbidos, que começa já na próxima quinta-feira, num campo
desafiador, desenhado pelo saudoso Seve Ballesteros.
A capacidade do European Tour em realizar em Portugal competições
consecutivas com mais de cem participantes cada uma, foi motivo de
elogio de Rita Marques, a secretária de Estado do Turismo, que
visitou hoje o torneio do “seu” Turismo de Portugal. «Há
uns meses pensámos que isto não seria possível. Obrigado por
confiarem que Portugal estaria à altura de uma tarefa tão complicada.
E mesmo sem público, houve muita gente a seguir-nos nas transmissões
televisivas pelo Mundo fora», disse, em inglês, a governante no seu
discurso, dirigindo-se a Peter Adams, o Diretor de Campeonatos do
European Tour, que escolheu o Portugal Masters para reformar-se.
Dirigiu este torneio desde o seu Nascimento em 2007 e despediu-se em
beleza, ao ganhar este desafio inédito até para o próprio cicuito
europeu.
Com efeito, David Williams, o presidente (Chairman)
do Conselho de Administração do European Tour, também no seu
discurso, sublinhou que «Portugal realizou em primeira mão o
primeiro Pro-Am desde a retoma do circuito. Foi desafiador levar a
cabo o torneio nestas circunstâncias. Este é um evento muito
especial no nosso calendário e a nossa mensagem para o Mundo é que
sentimo-nos muito em segurança em Portugal».
O novo campeão do Portugal Masters,
George Coetzee, que se casou recentemente, pegou então na palavra
para reforçar essa mesma mensagem: «Sinceramente, pensei que este
ano não iríamos jogar mais golfe. Tinha dito à minha mulher que
iríamos ficar em casa. Vocês fizeram um trabalho fabuloso para que
pudessemos sentir-nos seguros dentro desta bolha».
As classificações e resultados do campeão e dos
jogadores portugueses do 14.º Portugal Masters foram as/os seguintes:
Campeão: 1.º George Coetzee (África
do Sul), 286 (66+70+66+66), -16, €156.825,00
Portugueses que passaram o cut
36.º (empatado) Ricardo Melo Gouveia, 280
(69+72+69+70), -4, €5.904,00
50.º (empatado) Ricardo Santos, 282 (69+71+72+70),
-2, €3.390,19
64.º (empatado) Tomás Bessa, 285 (68+70+75+72), +1,
€2.214,00
Portugueses que falharam o cut
71.º (empatado) Filipe Lima, 142 (69+73), Par
81.º (empatado) Vítor Londot Lopes, 143 (71+72), +1
113.º (empatado) Pedro Figueiredo, 148 (72+76), +6
121.º (empatado) Pedro Lencart (amador), 149 (72+77),
+7
131.º Miguel Gaspar, 156 (82+74), +14
Na Corrida para o Dubai, o ranking do European Tour,
George Coetzee subiu de 72.º para 25.º, Ricardo Santos melhorou de
231.º para 219.º, Ricardo Melo Gouveia galgou de 283.ºpara o 246.º.
Press-release
13 de Setembro 2020 |