Num dia
muito ventoso, com alguma chuva pelo meio, cinco portugueses passaram o
cut no torneio do European Tour, de 600 mil euros em prémios monetários,
a contar para os rankings mundial e olímpico, e ainda para a Corrida
para o Dubai e para a Corrida para Omã.
Para
Ricardo Melo Gouveia, foi a primeira vez que passou o cut neste
torneio.
No Clube
de Golfe do Santo da Serra, cinco foi quase um recorde nacional, só
atrás da edição de 2013 em que seis portugueses se apuraram para os dois
últimos dias.
Filipe
Lima mostrou uma vez mais que sabe manobrar a bola no vento e é agora o
melhor português, no grupo dos 11º classificados, com 6 pancadas abaixo
do Par, uma melhoria de 42 posições, depois de uma segunda volta em 68
(-4).
«Gosto de
trabalhar a bola, faço bolas baixas, não tenho dificuldades nisso, por
isso é que é uma vantagem para mim jogar com vento, porque posso brincar
com a bola», disse o português de 33 anos, 41º na Corrida para Omã, que
averbou 5 birdies para apenas 1 bogey.
Lima
passou o cut pela oitava vez na prova e tem adorado ver passar os
automóveis do rali. Até filmou alguns.
O
português residente em França, apesar de estar a 5 pancadas dos líderes,
não se vê afastado do título: «Ainda há muita gente à minha frente, com
11 abaixo, com 10 abaixo, mas só vou com 5 atrás deles, por isso, se for
recuperando todos os dias um bocadinho, posso estar perto lá no
Domingo».
A mesma
atitude tem Ricardo Melo Gouveia, o n.º1 do Challenge Tour, depois de
igualar o Par-72 dos percursos Machico e Desertas, para um agregado de 4
abaixo do Par, que o deixa no 29º posto empatado, uma queda de 8
posições em relação a ontem: «Ainda tudo é possível, principalmente
neste campo, mas não estou pressionado por isso, estou a fazer o meu
jogo, concentrado nos meus objetivos em cada volta. Desde o início do
ano que o objetivo em cada torneio é vencer, pelo que não é nada de
diferente aqui».
Tal como
ontem, o algarvio de 23 anos jogou ao lado de Ricardo Santos, o jogador
português que sofreu a mais acentuada quebra de rendimento, das 66
pancadas (-6) de ontem para as 76 (+4) de hoje. «Só fiz seis greens»,
queixou-se, depois de passar o cut mesmo à queima, com um total de -2.
«É a
única coisa positiva que tiro do dia de hoje, porque foi uma luta até ao
18 e eu estava consciente que qualquer erro, qualquer bogey poderia
custar-me o fim de semana e não seria nada agradável. Foi uma pressão
acrescida e fui gerindo da melhor forma e terminar com 3 Pares bastante
seguros», disse Santos, que passou o cut pela nona vez na Madeira
O
algarvio de 32 anos vinha de três cuts falhados e o regresso ao torneio
que venceu em 2012 elevou o otimismo e agora só quer melhorar o 55º
posto que ocupa.
Nem o 1º
lugar lhe parece impossível: «Se o tempo continuar assim e eu tiver dois
dias como o de ontem ou melhor, é possível. Estou a 9 pancadas, por
isso, em dois dias tudo é possível, mas sei que tenho de jogar muito
golfe e os outros não podem jogar tão bem».
O grupo
dos 55º classificados em que está Ricardo Santos foi o último dos que
passaram o cut e esse grupo integra ainda os portugueses Pedro
Figueiredo e Tiago Cruz.
Para
“Figgy” é um momento importante, uma vez que tinha falhado cinco cuts
consecutivos e será apenas a segunda vez que jogará os quatro dias de
prova na Madeira, depois de 2008, quando ainda era amador.
«Foi um
dia sofrido, venho de uma série de cinco torneios menos bons e este era
um torneio muito importante para mim. Foram 18 buracos sofridos, mas
aguentei-me bem, senti-me bem em campo e quando assim é, até dá mais
prazer no final», disse o ex-campeão nacional, que assinou voltas de 73
(+1) e 69 (-3). O 69 de hoje foi a sua melhor volta no Challenge Tour
desde maio!
Tiago
Cruz assinou as mesmas voltas de 73 e 69 de Pedro Figueiredo e passou o
cut pela quarta vez na Madeira. «Um bom resultado seria agora ficar num
top-15. Terei de arriscar agora um pouco mais para evitar os últimos
lugares, tenho de atacar para fazer birdies», disse o campeão nacional.
Se cinco
portugueses passaram o cut, outros cinco foram hoje eliminados. João
Carlota (que assinou 1 eagle no buraco 6, depois de ter sofrido 1
duplo-bogey no 5), foi o único a ter hipóteses e falhou o cut por 1
única pancada, com um agregado de 143 (-1), após voltas de 71 e 72.
De resto,
Gonçalo Pinto, que estava dentro do cut com 70 (-2) viveu uma volta
terrível de 78 (+6); o amador Tomás Bessa mostrou a qualidade que tem
aos 18 anos, com uma segunda volta de 70 (-2), mas foi prejudicado pela
primeira de 76 (+4); Carlos Laranja, de apenas 15 anos, estava
inconsolável, mas fazer 75 e 74, para um agregado de +5, com este vento,
não é assim tão mau; e só João Pedro Sousa sabe que pode fazer melhor do
que duas voltas de 77 para um total de +10.
O Madeira
Islands Open Portugal BPI iniciou-se com 156 jogadores oriundos de 23
países; foi agora reduzido para 65 e prossegue hoje (Sábado), a partir
das 08h00, para a sua penúltima volta.
Declarações Dia 2
Fonte: Gabinete Imprensa Madeira Islands Open
1 de Agosto 2015
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