Como
explicou Pedro Figueiredo, «as condições estavam perfeitas, os greens em
excelentes condições, havia mais birdies por aí fora». A consequência
foi 39 dos 65 jogadores que tinham passado o cut ontem terem batido hoje
o Par-72 do combinado dos percursos Machico e Desertas.
Portanto,
mais do que jogar abaixo do Par, era preciso fazer uma chuva de birdies
e até alguns eagles, como sucedeu com o sueco Pontus Widegren, que
carimbou 2 eagles e 3 birdies (para além de 2 bogeys) para se isolar no
comando da prova.
O amigo de
Pedro Figueiredo, dos tempos da UCLA (Universidade California Los
Angeles), de 24 anos, totaliza 16 pancadas abaixo do Par, após voltas de
67, 66 e 67, dispondo 1 de vantagem sobre o finlandês Roope Kakko (que
fez a melhor volta do dia, em 64) e o escocês Scott Henry (65), o
vice-campeão na Madeira em 2014.
«Num evento
deste nível, é a primeira vez que vou para uma última volta a liderar e
no último grupo», avisou o jogador de Estocolmo.
«Os nervos
serão um fator a ter em conta amanhã. Desde criança que sonho em jogar
no European Tour, pelo que estou muito feliz de estar nesta situação»,
acrescentou a antiga estrela do “Bruins” no circuito universitário
norte-americano, que nunca venceu nem no Challenge nem no European
Tour.
Recorde
pessoal de Tiago Cruz
E se o
líder vai viver amanhã uma situação inédita, também Tiago Cruz poderá
alcançar amanhã a sua melhor classificação de sempre em torneios do
European Tour, sem colocar de lado a hipótese de poder lutar pelo
título.
«Hoje foi
uma grande recuperação, se voltar a fazer amanhã um bom resultado como o
de hoje acho que tenho hipóteses de chegar ao 1º lugar», asseverou o
campeão nacional.
Tiago Cruz
foi o único português a aproveitar as condições de jogo para concretizar
o tal “moving day”, acabando mesmo por selar um recorde pessoal, a sua
melhor volta de sempre em torneios do European Tour, igualando o seu
melhor ‘score’ em etapas do Challenge Tour.
O português
de 32 anos tinha prometido jogar hoje ao ataque e foi o que fez, com 7
birdies, sem sofrer qualquer bogey. Entregou um cartão de 65 pancadas, 7
abaixo do Par, totaliza 9 abaixo do Par (voltas de 73, 69 e 65) e está a
7 do comandante.
No European
Tour, a sua melhor volta antes de hoje fora 5 abaixo do Par na segunda
volta do Portugal Masters de 2012. No Challenge Tour já conseguira -7 em
torneios de nível inferior ao madeirense, na terceira volta do MAN NO
Open de 2007 e na quarta volta do Telenet Trophy em 2008.
«Não me
lembro de quando foi a última vez que jogámos aqui assim, com um dia com
pouco vento e sol. Temos de aproveitar quando assim é para fazer uma boa
volta. Joguei drive em todos os buracos e tinha de ser assim para subir
na classificação, era preciso atacar. Tive a sorte do meu lado e fiz
muitos birdies», regozijou-se Cruz, que este ano já venceu três
torneios, no Algarve, em Espanha e nos Açores.
O melhor
Filipe Lima de 2015
Tiago Cruz
e Filipe Lima estão no grupo dos 11º classificados e se Cruz melhorou 44
posições, Lima manteve-se na que ocupava aos 36 buracos, depois de hoje
jogar em 69 (-3), para juntar às 68 de ontem e às 70 do primeiro dia.
Não foi a
volta com que sonhava o português residente em França: «Foi um dia em
que não aconteceu nada de bom. Fiz birdies porque estava (a “patar”)
para eagle. De resto, nada, foi sempre andar à espera, à espera (que os
putts caíssem)».
No entanto,
como ele próprio reconheceu, «3 abaixo do Par é bom» e fica o consolo de
ter a consciência de estar a jogar o seu melhor golfe da época, superior
mesmo ao exibido no Quénia, onde alcançou o seu único top-ten da época:
«O meu nível de jogo é de certeza o melhor. No Quénia calhou aquele
primeiro dia em que aconteceu tudo ótimo, mas o resto não foi nada de
fantástico. Já aqui estou a jogar mesmo certo, não falho nenhum shot.
Tive imensas oportunidades para eagle e (a bola) nunca entrou, mas os
putts também estão bons, pelo que tenho é de ter paciência».
Tal como
Cruz, Lima admite poder lutar pelo título amanhã, mas julga que as
hipóteses serão escassas: «No golfe tudo é possível e temos sempre
esperança de que possa acontecer qualquer coisa, mas (a desvantagem) já
é um bocadinho. Vamos é tentar colocar dois portugueses no top-ten, o
que já seria muito bom».
Melo
Gouveia, Santos e Figueiredo só querem subir na classificação
Se Lima e
Cruz ainda falam na miragem do título, os restantes portugueses que
passaram ontem o cut sabem que só lhes resta amanhã acabarem em grande e
subirem na classificação.
Sendo o
Madeira Islands Open Portugal BPI o Major do Challenge Tour, tem uma
enorme influência na Corrida para Omã e todos eles têm grandes objetivos
nesse ranking.
Ricardo
Santos fez o mesmo resultado de Filipe Lima, 69 (-3), subiu 20 lugares
para o grupo dos 35º classificados, com um agregado de 5 abaixo do Par
(66+76+69).
«Foi uma
volta em que desejaria mais. São 3 abaixo do Par mas houve muitas
oportunidades de birdie que ficaram no caminho. Amanhã terá de ser uma
volta extraordinária e é pena porque hoje estava um dia propício a uma
grande volta», lamentou-se o campeão do torneio de 2012, que jogou pela
primeira vez no European Tour ao lado de Pedro Figueiredo.
«Foi a
primeira vez que joguei no mesmo grupo com ambos (Ricardo Melo Gouveia
nos dois primeiros dias e Pedro Figueiredo hoje). Realmente, tanto o
Ricardo como o Pedro impressionaram-me pela tranquilidade e calma. Acho
que o Pedro aproveita bastante o jogo dele, até mais do que o Ricardo e
aprendi algo com eles nestes três dias», reconheceu.
Pedro
Figueiredo e Ricardo Melo Gouveia carimbaram voltas de 71 (-1), mas as
suas situações são bem distintas.
“Figgy”
ascendeu 5 posições, para 50º empatado, com um total de 3 abaixo do Par
(73+69+71) e arrependeu-se de não ter conseguido aproveitar o bom início
de volta: «Ia com 3 abaixo ao fim de 11 buracos e acabei por fazer 2
bogeys nos últimos sete, portanto, senti que poderia ter sido uma volta
bastante melhor, mas com uma volta abaixo do Par não posso ficar muito
chateado».
“Melinho”,
por seu lado, tombou 6 posições para 35º empatado e disse adeus ao seu
desejo de conquistar um terceiro título no Challenge Tour e um primeiro
no European Tour.
«Agora é
tentar acabar o mais lá em cima possível no leaderboard, tentar fazer
uma boa volta amanhã», resignou-se, depois de uma terceira volta que foi
uma autêntica montanha russa, com 1 eagle (chip-in a 50 metros no buraco
10 que bateu na bandeira), 2 duplos-bogeys (chip e 2 putts no 5 e bola
na água no 11), 5 birdies e 2 bogeys.
«Não estive
mais uma vez no meu melhor. Sempre que recuperava, como, por exemplo, no
10, onde fiz 1 eagle, acabava por fazer outro erro a seguir e foi
difícil de ganhar algum ritmo de jogo para fazer birdies seguidos. Mas
foi bom ter acabado com 2 birdies (nos últimos três buracos)», declarou
o n.º1 do Challenge Tour.
A jornada
acabou com um churrasco oferecido pela organização, no qual brilhou o
campeão de 2007, Daniel Vancsik, ou não fosse ele argentino – um
especialista a grelhar carne!
O Madeira Islands
Open Portugal BPI iniciou-se com 156 jogadores oriundos de 23 países;
foi reduzido ontem para 65 participantes e a última jornada realiza-se
amanhã (Domingo), a partir das 08h50, com saídas dos buracos 1 e 10,
pelo que se prevê uma cerimónia de entrega de prémios cerca das 15
horas.
Declarações Dia 3
Fonte: Gabinete Imprensa Madeira Islands Open
1 de Agosto 2015
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